Alfredo Reguengo

Roteiro Sentimental das Festas d’Agonia

Esta obra, prefaciada por Artur Anselmo,apresenta uma visão muito fresca e de carácter quase etnográfico das festas da Senhora d’Agonia.São cantadas as mulheres minhotas, a garridice dos seus fatos, o som dos bombos, do harmónio e do cavaquinho, as delícias de um vira bem dançado e, claro, a beleza do fogo de artifício.Faz-nos crescer água na boca com a descrição dos petiscos e odores que contribuem para a festa. Mas o poeta também canta as emoções, os desejos que cada um acalenta no meio da multidão.

Poemas da Resistência

Esta obra, prefaciada por Alberto Antunes de Abreu, apresenta uma selecção de poemas que percorre um longo período, desde 1939 a 1974.

Encontramos, assim, uma evolução de tons de resistência numa polifonia que não é, contudo, suficiente para apagar os traços de continuidade de REGUENGO.

* A presença do feminino,
* a delicadeza e ternura com que é tratado,
* o sentido do colectivo e da luta social,
* o sentido visionário do poeta

são algumas das linhas recorrentes.

Um Fio de Música

Não se sabendo se é o som da água que evoca a música, se é esta que acorda aquela, nesta obra assistimos a um encontro, quase original, entre as águas (do mar, da chuva, da fonte, do pântano, do rio) e os vários andamentos musicais ( alegro vivace, adágio cantabile, pizzicato, retornello,…)…

… como se o fio de música fosse um fio de água, como se a água se transformasse em música, como se o inefável se materializasse, como se a matéria se evolasse.

E os vários estados de espírito do poeta vão sendo dedilhados, num intimismo ora lúgubre, ora terno, ora sarcástico…