Vale do Neiva – Elementos Demográficos e Alfabetização no Século XIX
A brochura, com quase duas dezenas de páginas, é fruto de um trabalho inicial publicado no “Boletim das Festas de Alvarães”, contendo o estudo levado a cabo por Henrique Fernandes Rodrigues, acerca de aspectos demográficos e de alfabetização na região do Vale do Neiva (Alvarães, Forjães, Fragoso, Castelo de Neiva, São Romão de Neiva, Anha, Barroselas – a antiga freguesia de Capareiros -, Vila de Punhe e Vila Fria), reportando-se aos vários censos efectuados à populacão desde a década de oitenta do século XIX, até aos anos sessenta da centúria de vinte.
Sobre a “leitura e alfabetização”, segundo item desenvolvido, o autor, baseando-se no censo populacional de 1878, divulga o perfil da população que apelida de “alfabetizada” nos nove concelhos que englobam o estudo.
Segue-se a “Distribuição da população por lugares de Alvarães em 1911”. Aqui e seguindo a fonte de pesquisa já referenciada, é-nos dada uma imagem visual (figura) do número de habitantes de cada lugar da freguesia(Igreja, Barge, Calvário, Chasqueira, Costeira, Mariçô, Paço, Padrão, Paúso, Sardal, Sião, Souto Monte, Viso e Xisto), assim como do número de fogos, imagem esta que é lida gradativamente, desde o lugar mais povoado para o de menor população, inferindo-se, daí, a existência de dois grandes núcleos populacionais.
Em momento subsequente, são focados os alvaraanenses que rumaram para o Brasil entre 1861 e 1889. Mencionam-se as profissões que os mesmos exerciam na sua terra natal, os apelidos dos mesmos (os quais ainda actualmente permanecem nos seus descendentes) e os benefícios que trouxeram à localidade com o seu regresso, sobretudo as alterações operadas na paisagem habitacional.
Como conclusão aventam-se razões para justificar o facto de Alvarães não ter conseguido um estatuto de vila: menor demografia, motivada pela situação geográfica, pelas deficientes vias de comunicação, pelo menor número de emigrados para o Brasil e menor investimento na terra quando regressados. Salienta-se também o facto de ser uma aldeia que, no século XIX, apresentava um número elevado de alfabetizados e sugere-se o aproveitamento do potencial geográfico, etnográfico e artístico-cultural como fonte de desenvolvimento.
A publicação termina com quatro quadros, que serviram de base ao estudo apresentado, contendo cada um deles, respectivamente:
– Evolução demográfica da área geográfica à volta de Alvarães entre 1864 e 1960;
– Alfabetização da área geográfica de Alvarães em 1878 por sexo e por estado civil;
– População de Alvarães em 1911 por “lugares”;
– Emigrantes, por ordem alfabética, com passaporte obtido entre 1861-1889.