1984

Os Santos Padroeiros do Concelho de Caminha

Esta obra, escrita a propósito da exposição das imagens/esculturas dos santos padroeiros das diversas freguesias do concelho de Caminha, iniciativa levada a cabo pela Câmara Municipal da vila, patrocinada pela Secretaria de Estado da Cultura e pela Fundação Calouste Gulbenkian e enquadrada nas comemorações do sétimo centenário da outorga do Foral a Caminha, é basicamente composta por duas partes: uma extensa introdução e a apresentação dos oragos das freguesias do concelho.

Na introdução, Lourenço Alves historia todo o processo de formação das paróquias no noroeste peninsular, focando o papel desempenhado quer pelos bispos ou por quem estes delegavam tal poder, quer pelos presores, cavaleiros encarregados demandar cultivar e povoar as terras abandonadas pelos árabes, na formação ou restauração das paróquias.

Centra-se, seguidamente, no concelho de Caminha e na paróquia homónima, cuja fundação (contrariando todos aqueles que pretendem demonstrar a sua existência já na época de Teodomiro, pela menção no PAROCHIALE suevo à paróquia Camena, pertencente à diocese de Lamego), indica não ser anterior ao século X, já que só aparece mencionada com toda a certeza, nas Inquirições de 1258. Sobre as restantes paróquias do concelho, cuja fundação não foi simultânea, o autor refere os documentos e datas em que as mesmas aparecem nomeadas.

Entrando na origem dos oragos das igrejas paroquiais e catedrais, aponta o século VII como aquele a partir do qual cada uma estabeleceu um santo padroeiro, escolhendo preferencialmente, nos primórdios, o Divino Salvador, Santa Maria, os santos mártires e São Martinho de Tours.

Reportando-se ao concelho de Caminha, demonstra, com base na pesquisa realizada, a permanência dos mesmos padroeiros ao longo do tempo, embora, actualmente, alguns já não sejam os mais cultuados.

Menciona Santa Marinha como sendo a mártir que mais dúvidas levanta quanto à sua identificação, dado existirem três versões historiadas da sua vida, as quais são sumariamente relatadas.

Sobre a exposição que motivou a presente obra, o autor salienta a iniciativa e elogia e agradece aos organizadores.

Nas páginas seguintes, cada uma dedicada ao orago de cada uma das freguesias do concelho de Caminha, o leitor pode tomar conhecimento da hagiografia do mesmo, assim como da história da freguesia e da descrição arquitectónica e do recheio artístico da igreja paroquial.

Lourenço Alves apresenta as seguintes freguesias e seus padroeiros:

– Caminha – Senhora da Assunção;
– Seixas – São Pedro;
– Lanhelas – São Martinho;
– Vilar de Mouros – Santa Eulália;
– Argela – Santa Maria;
– Dém – São Gonçalo;
– Arga de São João – São João;
– Arga de Baixo – Santa Maria;
– Arga de Cima – Santo Antão;
– Azevedo – São Miguel;
– Venade – Santa Eulália;
– Vilarelho – Senhora da Encarnação;
– Cristelo – São Tiago;
– Moledo – São Paio;
– Gontinhães – Santa Marinha;
– Âncora – Santa Maria;
– Vile – São Sebastião;
– Varais (extinta) – São Pedro;
– Riba de Âncora – Santa Maria;
– Orbacém – Santa Eulália;
– Gondar – São Salvador.

O Prestomado de Valdevez

Este ensaio apresenta-se dividido em duas partes: uma primeira dedicada aos préstamos em geral; uma segunda sobre as características e limitações do Prestomado de Valdevez.

Este trabalho integra-se na área de estudos das instituições religiosas medievais, procurando enquadrar o aparecimento e desenvolvimento do Prestomado de Valdevez no contexto histórico, geográfico e humano envolvente.

O Porto de Viana na Época dos Descobrimentos

Este trabalho aborda quatro temas relativos ao porto de viana na época dos Descobrimentos:estruturas materiais; privilégios e regimentos; comércio marítimo e regional; os mareantes e mercadores.

Tendo como limites cronológicos os séculos XV e XVII, esta investigação retrata a época mais brilhante da actividade do porto de Viana, um dos principais centros marítimos fora das grandes cidades.

Barqueiros do Lima

Depois de uma dedicatória do autor a sua mãe e ao barqueiro «Ti João Facão», de uma apresentação do vereador do pelouro da cultura da Câmara Municipal de Viana do Castelo, Dr Carlos Baptista, e de um prólogo do autor, sucede-se uma homenagem ao rio Lima e a todos os que, de qualquer modo, dele faziam o seu modo de vida( carreteiros, barqueiros) ou dele eram, por vezes, vítimas das suas cheias.

Ao longo de uma primeira parte, constituída por oito capítulos, abordando vários temas-«Rio Lima»,«Veigas», «Os Barqueiros do Lima», «Barcos», «Portos fluviais, Porto de Mar e Passagens», «Feiras», «Transportes» e «Pesca»- o autor fornece informações bem detalhadas, de alguém que conhece bem o rio e as suas lides.

Numa segunda parte, intitulada «Histórias do Lima» e constituída por cinco capítulos, o autor relata pequenas histórias que têm o rio como cenário.

A obra termina com um agradecimento a todos os que, de qualquer modo, contribuíram para a sua realização.