” Retábulo para um íntimo Natal ” é uma recolha de dezasseis poemas, cuja maioria já fora publicada em outros volumes entretanto já esgotados. Outros, ainda que publicados, não faziam parte de qualquer livro do poeta (como vem referido na nota final ). Assim, é uma obra que se considera estar por concluir pois, ao autor, é sempre possível a criação de mais poesia sobre a temática do Natal – note-se as datas em que cada um destes poemas veio a publicação ; de 1959 até ao ano de 1979.
António Manuel Couto Viana, neste “Retábulo Para Um Íntimo Natal”, remete-nos para uma infância longínqua e repleta de alegria comovida – como bem ilustra o poema da página 17, “Improviso de Natal”.
Transporta-nos também para um tempo de inocência e sobretudo de imaginação porque nos natais do poeta não havia neve mas chuva fria…”Cada Natal recordo os meus natais” (página 21).
Em vários poemas, Couto Viana interroga-se se o Natal irá nascer de novo – Natal como metáfora de poesia que o poeta diz nascer também de um esforço, de um sinal…”Sob o tema Natal” (página 23).
Noutros textos ainda, o poeta, numa crítica adulta e lúcida, constata um Natal cada vez menos natal, só feito de rituais e requintes de arte…”Natal cada vez menos” (página 25).
Então, ciente desta fraqueza, o poeta preconiza a pureza do Natal primordial, de pinheirinho desprovido de qualquer decoração e, por isso mesmo, “…mais belo e vivo e humano.” (Página 30),” Primeira lição de Natal”.
Mas o Mundo, apesar de toda a escuridão, será sempre iluminado por esta fonte de esperança que o NATAL sempre representará.