Os Santos Padroeiros do Concelho de Caminha
Esta obra, escrita a propósito da exposição das imagens/esculturas dos santos padroeiros das diversas freguesias do concelho de Caminha, iniciativa levada a cabo pela Câmara Municipal da vila, patrocinada pela Secretaria de Estado da Cultura e pela Fundação Calouste Gulbenkian e enquadrada nas comemorações do sétimo centenário da outorga do Foral a Caminha, é basicamente composta por duas partes: uma extensa introdução e a apresentação dos oragos das freguesias do concelho.
Na introdução, Lourenço Alves historia todo o processo de formação das paróquias no noroeste peninsular, focando o papel desempenhado quer pelos bispos ou por quem estes delegavam tal poder, quer pelos presores, cavaleiros encarregados demandar cultivar e povoar as terras abandonadas pelos árabes, na formação ou restauração das paróquias.
Centra-se, seguidamente, no concelho de Caminha e na paróquia homónima, cuja fundação (contrariando todos aqueles que pretendem demonstrar a sua existência já na época de Teodomiro, pela menção no PAROCHIALE suevo à paróquia Camena, pertencente à diocese de Lamego), indica não ser anterior ao século X, já que só aparece mencionada com toda a certeza, nas Inquirições de 1258. Sobre as restantes paróquias do concelho, cuja fundação não foi simultânea, o autor refere os documentos e datas em que as mesmas aparecem nomeadas.
Entrando na origem dos oragos das igrejas paroquiais e catedrais, aponta o século VII como aquele a partir do qual cada uma estabeleceu um santo padroeiro, escolhendo preferencialmente, nos primórdios, o Divino Salvador, Santa Maria, os santos mártires e São Martinho de Tours.
Reportando-se ao concelho de Caminha, demonstra, com base na pesquisa realizada, a permanência dos mesmos padroeiros ao longo do tempo, embora, actualmente, alguns já não sejam os mais cultuados.
Menciona Santa Marinha como sendo a mártir que mais dúvidas levanta quanto à sua identificação, dado existirem três versões historiadas da sua vida, as quais são sumariamente relatadas.
Sobre a exposição que motivou a presente obra, o autor salienta a iniciativa e elogia e agradece aos organizadores.
Nas páginas seguintes, cada uma dedicada ao orago de cada uma das freguesias do concelho de Caminha, o leitor pode tomar conhecimento da hagiografia do mesmo, assim como da história da freguesia e da descrição arquitectónica e do recheio artístico da igreja paroquial.
Lourenço Alves apresenta as seguintes freguesias e seus padroeiros:
– Caminha – Senhora da Assunção;
– Seixas – São Pedro;
– Lanhelas – São Martinho;
– Vilar de Mouros – Santa Eulália;
– Argela – Santa Maria;
– Dém – São Gonçalo;
– Arga de São João – São João;
– Arga de Baixo – Santa Maria;
– Arga de Cima – Santo Antão;
– Azevedo – São Miguel;
– Venade – Santa Eulália;
– Vilarelho – Senhora da Encarnação;
– Cristelo – São Tiago;
– Moledo – São Paio;
– Gontinhães – Santa Marinha;
– Âncora – Santa Maria;
– Vile – São Sebastião;
– Varais (extinta) – São Pedro;
– Riba de Âncora – Santa Maria;
– Orbacém – Santa Eulália;
– Gondar – São Salvador.