Alberto Antunes de Abreu

No Vão da Ausência

Eis um novo livro de amor, escrito por amor, para o Amor e com amor onde a presença do tu é uma necessidade pois, como a poeta afirma no texto de entrada, que dá o nome ao livro,

… não basta o frio do Inverno
nem o frio que vem de nós
para as fissuras mais doerem!
Basta que a tua presença se instale
… no vão da ausência.

Sem as «Madeleines» de Proust

Após o belo prefácio de Alberto Abreu, os quarenta e sete poemas desta obra distribuem-se por três partes.

Os trinta poemas que constituem a primeira parte, intitulada “De perto e de Longe”, pode ser integrada na denominada literatura de viagens. Dela constam poemas inspirados em lugares/acontecimentos marcados pela proximidade geográfica (Lisboa ou Viana), mas também outros que remetem para exóticas e distantes paragens, Marrocos ou a Grécia, México ou a Patagónia, para apenas referir alguns exemplos.

A segunda parte, “Avena Rústica”, constituída por dez poemas, canta as origens rústicas do seu autor e é dedicada à região altominhota, aos seus patronos (“Nossa Senhora das Neves” ou “Promessa e Louvor”), aos usos e costumes desta região (“Vindimas da minha terra” e “Samiguel Minhoto”), às suas gentes (“O motard bacano”).

Nos sete poemas da terceira parte, “Personagens Típicas de Vila de Punhe”, o autor presta tributo a personagens, suas conterrâneas, que se destacaram pelas mais diversas atividades – música, poesia, mendicidade, venda ambulante…