Biblioteca

Desnublar

Nos vinte e seis poemas da presente obra se espelham as temáticas que no quotidiano assaltam o seu autor. Reflectem momentos passados em palco de guerra, situações de angústia, memórias da luta pela democracia e o desalento quanto ao que o futuro reservará.

Partilhar:

Conheça o autor

"Porfírio Pereira da Silva nasceu na freguesia de Mazarefes, concelho de Viana do Castelo, no dia 26 de Novembro de 1956. Partiu para Angola com apenas três anos, tendo regressado quando completou 14 anos. Frequentou o primeiro ciclo na vila de Maquela do Zombo (Uíge), prosseguindo estudos em Silva Porto (Bié) -o actual 5º ano do ensino básico - e no Colégio do Negage (Uíge) - o 6º ano do mesmo ciclo. Regressado a Portugal, em Outubro de 1971, completou o Curso Geral de Mecânica na Escola Industrial e Comercial de Viana do Castelo. Desempenhou a função de técnico fabril nos Estaleiros de Viana do Castelo. Hoje é funcionário da Biblioteca Municipal de Viana do Castelo, colaborando em diversos jornais regionais."
Autor:

Concelho do autor:

Editora

(Autor)

Data de Edição:

Local de Edição:

Capa

Prefácio

Introdução

Apresentar “Desnublar” (Poesia) não é tarefa fácil. Não digo o mesmo a propósito do autor, o jovem Porfírio Pereira da Silva.

O leitor tem entre as mãos um livro de poesia que vai ler e reler com muito apreço e, certamente, vai entrar no âmago do seu autor.

Conheço o Porfírio. É meu conterrâneo. É de Mazarefes e admiro-o, sobretudo, pela dedicação ao torrão natal e como lhe ouvi dizer, é um jovem que não lhe interessa a vida para “cantar aos passarinhos”.

A poesia demonstra isso mesmo e, nele realça aquilo que,para ele, como verdade o revolta. O leitor atento vai verificar isso mesmo.

Servem-lhe de tema os mais variados aspectos da vida.

É já a segunda publicação do Porfírio.

Parabéns! Oxalá obtenha os melhores êxitos na carreira literária iniciada, como diz, aos 13 anos.

Padre Artur Coutinho

Excertos

FÁBULA MODERNA

Virtuosa vivia Viana no seu castelo,
Rainha de um povo, vielas e ruas.
Paraíso celeste, cenário entre flores,
Alegria e cor, turismo para senhores,
Esquecendo o canto das amarguras.

CAMALEÃO

Era tempo das secas e queimadas!
Terra batida, virgem, sem regar…
Marcado pelo castanho da poeira,
Das brechas faziam ratoeira,
Dos ideais por lavrar.

Assim era o camaleão envergonhado:
Verde, quando se proporcionavam belas caçadas;
Amarelo, no tórrido do deserto;
Vermelho, no luminar das queimadas;
Preto, quando nativo por perto.
Usavam dos vários recursos naturais
Para à face da lei animal sobreviverem…
Pintavam-se das várias cores,
Vestiam-se como senhores,
Mesmo sem as mesmas conhecerem.
Suas línguas compridas, brilhavam na caça!
Insectos indefesos, eram o seu triturar.
Quando ceifados pela maldade,
Pregavam na cor toda a verdade,
Suspirando na ilusão de enganar.

Naquele dia tinha feito uma morte!
Chorei ao vê-lo preto, enrolado no pneu…
Pensei na eventual destruição,
Só que na minha ilusão,
O camaleão não morreu.

E de facto, dali a um ano…
Outro camaleão lá estava.
Era o ciclo natural
Deste famoso animal
Que ao homem completava.

Avaliações

Ainda não existem avaliações.

Seja o primeiro a avaliar “Desnublar”

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *