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Dobadoura de Contos

Após uma nota de abertura do autor e de uma página de homenagem “à Lavradeira de Viana”, segue-se um conjunto de dez contos: “Cá está ela!…”, O Lobo, OTouro Bravo, A Jaculatória, O Baladas, A primeira cavalgada, A primeira viagem de mota, A procissão, Ofogo da Aleluia e Cruzamento de destinos.

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"PORQUE ESCREVO?... --Porque escrevo? --Escrevo...porque gosto. Porque, creio, sou lido. Escrevo, porque aprecio fazer viajar ideias e ornamentar frases bonitas. Dá-me gozo transformar o adjectivo em rosa e, delicadamente, oferecê-la ao substantivo mais próximo. E brincar aos "robertos"com os verbos. Fazê-los falar em várias vozes, por diversificadas pessoas, com ou sem reflexos, neste tempo e daquele modo. Depois, há pessoas que dizem o que sentem. Há,porém, outras que sentem, mas não sabem dizer. Escrevo, ainda, porque nasci à beira do Lima e perto do mar. A onda da maré, rio acima, ou a do mar, sumindo-se na areia, cadenciam-me a letra do verso e modulam-me a sílaba da frase. Ao cadinho do estilo gramatical vou buscar a coloração das figuras literárias, que embelezam a escrita da paisagem limiana. São as ninfas sedutoras do Lima comigo a poetar e, juntos, a romancear belezas. Versos que pedem melodias...romances que transcendem amores. Viana é Canção... Viana é Amor. Carlindo Vieira"
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Prefácio

Nota de Abertura

O Alto-Minho é, simultaneamente, uma zona de pronunciado analfabetismo e um grande espaço cultural.

Se apenas considerarmos os conhecimentos adquiridos na escola, sem dúvida, que a ampulheta valorativa da cultura do alto-minhoto não ultrapassa a média; todavia, se analisarmos a cultura ministrada pela família, pela religião, pelos usos e costumes duma singular maneira de ser na vida, cedo chegaremos à conclusão que estamos perante uma cultura popular de excepcional envergadura.

O que a escola lhe não deu foi o alto-minhoto buscá-lo a outras zonas de influência.

A atestar isto encontramos um folclore de nível mundial, uma etnografia rica e diversificada, uma culinária doce e gostosa e um cancioneiro vastíssimo, cheio de melodias e versos populares, que qualquer musicólogo ou vate po´ético de nomeada não desdenharia subscrever.

Além disso, as lendas e tradições, os provérbios e os contos povoam o imaginário popular, por tudo quanto é sítio.

É de contos populares que trata este livro.

São contos fundamentados na vida rural, mas a que se lhes acrescentou alguma criatividade, de forma a torná-los mais atraentes e comunicativos.

Em muitos deles aparece, como não podia deixar de ser, o fenómeno religioso, que teve um impacto pronunciado na maneira de ser desta gente.

Mas o que mais nos seduz e empolga é a arte, a criatividade e o humor deste povo do norte de Portugal, que cria cenários, improvisa situações e desenvolve cenas da arte da Talma, sem ensaios, nem contra-pontos.

Carlindo Vieira

Excertos

«CÁ ´STÁ ELA!…

A grande e a pequenina»!…

O «Aletria» é a figura central deste conto. No baptismo pediu emprestado ao pobrezinho de Assis o nome de Francisco; mais tarde, como se mal baptizado houvera sido e criticando o gosto pronunciado que o Francisco tinha por massas alimentícias, o povo baptizara-o, novamente, com a alcunha de «Aletria».

(…)

A PRIMEIRA CAVALGADA

O abade de Jolda era um jovem de vinte e três anos. Ainda mal tinha acabado o curso e já o Arcebispo de Braga, que naquela altura tinha jurisdição em todo o Minho, lhe enviara a carta de nomeação para pastorear aquela freguesia do concelho de Arcos de Valdevez. Estava-se em Outubro de 1952, quando, ao cair da tarde, o jovem pastor chegou àquela paróquia.

(…)

CRUZAMENTO DE DESTINOS

Trrim!…trrim!…está lá? Está?

-Estou. -Quem fala? É..

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