Prefácio
Pede-me o Padre Coutinho que escreva duas palavras introdutórias a este novo livro por ele oferecido à sua comunidade e aos eventuais leitores. Faço-o com muito gosto por variadíssimas e afectivas razões.
(…)
O Padre Coutinho já escreveu muitos livros. Todos bonitos, todos úteis, todos reveladores de uma veia investigatória, de um saber acumulado, de um espírito curioso e intuitivo que enxerga nas pequenas coisas, nas mais simples, interesses e potencialidades que a maioria dos mortais não consegue descobrir. E esses interesses descobertos são comunicados com uma escrita fácil , singela, despretenciosa, quase coloquial, que prende o leitor e faz dele um interlocutor familiar e cúmplice.
Os livros podem ser avaliados por muitos parâmetros e entre eles estão: o interesse e valor da mensagem; os objectivos a atingir; o nível de linguagem e o seu calor humano criador de empatia com os leitores.
E este livro – se não estou enganado – tem subjacente a grande mensagem de que uma paróquia é uma família, porque tem uma casa comum, que tem laços de sangue, de afinidades, de espiritualidade, de tarefas, de ideais, também comuns. Por isso, este livro pretende, embora não o pareça, fazer com que os membros dessa família se conheçam melhor uns aos outros; vibrem com o que acontece ou vai acontecendo a muitos dos seus membros; saibam quem são os que lhe fazem bem, quem são os que os prestigiam e honram e quais são as causas e valores que os devem orientar.
O Padre Coutinho tem a sua pequena tribuna mediática no jornalzinho “Paróquia Nova”, onde, ao longo dos anos, escreveu discretos e singelos apontamentos sobre realidades da paróquia: pessoas, famílias, factos, amigos e personalidades a ela ligados, os talentos artísticos de elementos da comunidade ou de vultos de prestígio que nela nasceram ou viveram.
Cada um destes apontamentos, lidos de mês a mês, de forma descontínua, são coisas dispersas que parece não terem qualquer ligação. São como pequenas nuvens que o tempo leva e esvai.
Ora o Padre Coutinho teve o faro de perceber que estes apontamentos fragmentários e dispersos ao longo dos anos, reunidos num livro, ganhavam uma consistência, uma coesão e uma força que cimentam a união da paróquia, que incutem a ideia de família, onde a morte, a doença, as alegrias, as tarefas, os objectivos, os sentimentos de amizade, colaboração e solidariedade, dizem respeito a todos.
O livro estabelece assim um elo de união entre todos os elementos da comunidade e fá-los componentes de um todo do qual não podem dissociar-se.
Mesmo os estranhos à paróquia sentem essa força e lá encontram humanos motivos de interesse de que podem colher-se exemplos e ensinamentos. Eu próprio me reencontrei no livro com vultos e personalidades a quem me uniram ou unem laços de amizade e de admiração.
Mas se a mensagem é forte, embora subliminar, o objectivo da obra é nobre, porque os proventos da sua venda se destinam a amenizar os custos das muitas obras sociais do Padre Coutinho, especialmente,o novo complexo do Centro Paroquial e Social.
(…)
Quanto à linguagem, reitero que é cativante pela simplicidade, correnteza, clareza e coloquialidade, qualidades que se evidenciam mais nas duas primeiras partes, já que a terceia, no capítulo sobre famílias, dada a natureza labiríntica dos parentescos e das linhas geneolóicas, exige mais um pouco de concentração no desenredar do novelo.
Só me resta felicitar o Padre Coutinho por ter sabido reunir fragmentos do seu trabalho de anos e retalhos de muitas vidas para construir mais instumento de apostolado e um meio de lançar mais uma pedra nos caboucos da grande obra sonhada e ansiada pela paróquia.
Euclides Rios
Excertos
OS DO COELHO E OS DO CASANOVA
Muitas lendas falam da origem deste apelido, mas segundo alguns autores este apelido deve vir de Egaz Moniz, chamado de Riba Douro, aio de D.Afonso Henriques.
Em 1276 “Joham soariz coelho”. Há o topónimo Coelho em Beja, Évora, Lisboa para além de outras terras portuguesas e na Galiza. É frequente no Brasil. Há a “Quinta dos Coelhos” em Melgaço e “Munchão dos Coelhos”. Nuns casos a significar abundância da presença deste animal e, noutros casos, referencia membros de famílias locais com apelido Coelho.
Quanto ao Casanova, já existia em 1370. Adaptação provável de casas novas. Frequente em Potugal, Galiza, e Brasil. Se aparecer em duas palavras é de origem e significação evidentes “Casas Novas”. Johan de casanova (1426).
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