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O Outro Domínio do Demónio

“Talvez o homem tenha cometido o verdadeiro pecado mortal quando retalhou a primeira rã e, com ela, fez a primeira experiência”…

A frase, dita por uma das personagens, remete-nos para uma realidade que, de tão comum, passa despercebida: as desviantes aplicações dos avassaladores avanços tecnológicos. Com as ferramentas ao dispor, não há fim que não se possa atingir. E se a ciência engendrou a cisão do átomo, clonou a matriz da vida e fabrica “armas” biológicas, porque não poderá desenvolver uma “pílula” para formatar sociedades? É desta terrível possibilidade que trata este romance.

E se, a uma empresa farmacêutica, chegasse uma enorme e tentadora encomenda de uma específica droga para tornar estéreis os casais de um país demasiado populoso? E se toda a máquina dos laboratórios trabalhasse para satisfazer o pedido dos governantes a braços com as insolúveis realidades da fome e da miséria extremas de milhões de criaturas? E se, repentinamente, o medicamento apresentasse terríveis efeitos secundários? E se a máquina dos ocultos interesses quisesse abafar a realidade calando o alarme das vozes incómodas?

Num mundo sufocado por dificuldades, a hipótese de poder acontecer não é possibilidade desprezível. No passado houve outras eugénicas tentativas. E o homem sempre cairá na tentação de utilizar os meios que tem à sua disposição para resolver os problemas presentes menosprezando danos futuros.

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Conheça o autor

"Fernando Melim nasceu em 21 de Setembro de 1944, em Urgueira, Valença do Minho. Faz parte da geração que cresceu sob as sombras do edifício do Estado Novo. Foi pára-quedista em Angola entre 1963 e 1965.Volta a Portugal onde assiste ao 25 de Abril de 74. São as vivências, os silêncios e as hipocrisias desta época que o autor verte para a sua obra."
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ISBN

978-972-8999-84-1

Outros

Badanas

Obras do autor editadas na Palimage.

Fotografia e biografia do autor.

Contra capa

Linhas de leitura do romance.

Excertos

Capítulo Um

“Talvez o homem tenha cometido o verdadeiro pecado mortal quando retalhou a primeira rã e, com ela, fez a primeira experiência”…

A frase soltou-se das profundezas da mente. Teimava em voltar. Tinha-a proferido o padre Nathan e ficara esquecida durante muito tempo. Agora voltava, insidiosa, emergindo de um nevoeiro sombrio. Um nevoeiro onde se agitavam pequenos animais estrebuchantes, olhos iluminados, ou escurecidos, por um pavor sem nome.

Sonolento, conduzindo sem atentar na fita negra que se desdobrava diante do automóvel, Óscar Branco apercebeu-se de um infinito cansaço, feito de insónias e perguntas inquietas, que o mergulhava num mundo de cenários sem contornos definidos e onde palpitava um rumor caótico e aflitivo.”

Capítulo Dezassete

“Óscar Branco barbeou-se, vestiu roupa quente e bebeu duas chávenas de café bem forte. Acordara imerso num estado de espírito estranho. Pensamentos turbilhonavam sem se ancorarem. Até si, chegavam farrapos de conversa numa mistura bizarra de línguas, aumentando a sensação de estranheza.Aos poucos, perceceu que a discussão cheia de azedume da noite anterior amolgara muito da sua firmeza. Algo desabara nas profundezas do seu ser, mas ainda não acreditava na chegada de um paradigma que descentrava o absoluto primado da ciência e admitia um pouco de humanidade(…)

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