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O Porto de Viana na Época dos Descobrimentos

Este trabalho aborda quatro temas relativos ao porto de viana na época dos Descobrimentos:estruturas materiais; privilégios e regimentos; comércio marítimo e regional; os mareantes e mercadores.

Tendo como limites cronológicos os séculos XV e XVII, esta investigação retrata a época mais brilhante da actividade do porto de Viana, um dos principais centros marítimos fora das grandes cidades.

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Conheça o autor

"Natural da Póvoa de Varzim, reside na freguesia de Vila Mou, Viana do Castelo, desde 1968. Sacerdote católico, ordenado em 1965, na Sé de Braga, é pároco das freguesias de Vila Mou e de S. Salvador da Torre. Licenciou-se em História pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Foi professor de História do Ensino Secundário e da Universidade Católica, encontrando-se aposentado. A última escola em que leccionou foi a Escola EB 2,3 / S de Lanheses. É autor de numerosas obras de investigação histórica sobre Viana do Castelo e o Alto-Minho. Foi agraciado como "Cidadão de Mérito" pela Câmara Municipal de Viana do Castelo, em 1999."
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Apresentação Gráfica/Paginação

Excertos

c) CICLO DO AÇÚCAR BRASILEIRO
“Este foi o período áureo da história do porto de Viana. Depois da fase das especiarias do Oriente, que não resistiu à cobiça dos holandeses e ingleses, a acção comercial e colonizadora dos portugueses, a partir de meados de quinhentos, concentrou-se nas enormes potencialidades do Brasil. Ficava mais perto e ao mesmo tempo a experiência realizada nas Ilhas Atlânticas serviu de incentivo. A seguir ao pau-brasil, a produção de açúcar constituiu o grande objectivo da economia brasileira. De tal modo se adaptou ao clima e solo daquela região que em breve vai eclipsar a produção madeirense e de S. Tomé, invadindo mercados europeus e transformando os hábitos alimentares do Velho continente.
Desde muito cedo os mercadores de Viana se aperceberam da oportunidade de negócio. Já em 1566 dois navios haviam descarregado 3806 arrobas daquela especiaria no porto de Viana, 3 pilotos de navio eram especializados na carreira daquela colónia e vários mercadores vendiam açúcar para os países nórdicos. Na década de noventa, grande parte da frota vianense se ocupava do transporte de açúcar, o que ficou bem expresso nesta citação de 1504, «por qoamto nesta villa estavam muytos navyos para o Brazill». No ano seguinte volta a repetir-se a mesma ideia, «por qoamto desta villa estavam muytos navyos e duas barquas para o Brazil q iam bem artilhadas e em capitania». Nesta altura, era exigido, para qualquer marinheiro poder fazer parte da mesa da Confraria dos Mareantes desta Vila, «ser piloto experimentado na carreyra do Brasil». (…)
As causa de tão enorme sucesso foram especialmente duas: as facilidades aduaneiras verificadas neste porto e a existência de emigrantes minhotos, quer no Brasil quer nas cidades do Norte da Europa, com os quais os mercadores vianenses travaram amistosas releções comerciais e encontraram apoio financeiro. Desde meados de quinhentos que negociantes estrangeiros estavam isentos, em Viana, do pagamento de dízima pela compra de açúcar.” (pág. 112 a 115)

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