Prefácio
Quemquer que sejas, leitor, ofereço-te este meu livro. A maior parte destes poemas foram escritos a cem metros do mar; alguns até pediram a cadência ao ritmo das ondas que se espraiavam nuns rochedos, parentes chegados dos Cavalos de Fão. Se uma autobiografia pode prescindir de ordem no tempo e de lógica nos temas, vê nestes poemas dados biográficos duma alma gémea da tua.
(…)
Porque foram escritos ou, pelo menos revistos, nesta era em que o homem se procura adaptar às exigências da vida moderna, acontece que à solidão do monólogo de «AURORA DE RIMAS» se segue agora, em «SARGAÇO», o diálogo, a procura…
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Outros
Badanas
As badanas apresentam algumas opiniões sobre a poesia de Carlindo Vieira (Carlos Miguel)
Excertos
INCONFORMISMO
Não. Não quero parar no deleite de mim mesmo.
Antes o trepidar da caminhada
que o sono da pousada
Ao sossego da chegada ou à lógica da conclusão, antes a esperança dum começo, o sol duma alvorada.
Quero partir!…
Soltar-me dum passado estreito, matemático, onde a vida é canção de pautas antigas.
Passear a minha curiosidade pelas bilheteiras da gare.
Como a água que sacode o mar, o viço que desabrocha a árvore, quero arquivar o passado, despedir-me do presente para compor o futuro.
Quero rasgar o testamento, porque desejo ser destino.
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