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ISBN | 972-9397-46-5 |
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Sem as «Madeleines» de Proust
Após o belo prefácio de Alberto Abreu, os quarenta e sete poemas desta obra distribuem-se por três partes.
Os trinta poemas que constituem a primeira parte, intitulada “De perto e de Longe”, pode ser integrada na denominada literatura de viagens. Dela constam poemas inspirados em lugares/acontecimentos marcados pela proximidade geográfica (Lisboa ou Viana), mas também outros que remetem para exóticas e distantes paragens, Marrocos ou a Grécia, México ou a Patagónia, para apenas referir alguns exemplos.
A segunda parte, “Avena Rústica”, constituída por dez poemas, canta as origens rústicas do seu autor e é dedicada à região altominhota, aos seus patronos (“Nossa Senhora das Neves” ou “Promessa e Louvor”), aos usos e costumes desta região (“Vindimas da minha terra” e “Samiguel Minhoto”), às suas gentes (“O motard bacano”).
Nos sete poemas da terceira parte, “Personagens Típicas de Vila de Punhe”, o autor presta tributo a personagens, suas conterrâneas, que se destacaram pelas mais diversas atividades – música, poesia, mendicidade, venda ambulante…
Prefácio
Que boas madeleines!
-Consegui 428!-foi o que ouvi dizer:«420».
Nelas Amadeu verteu a flor de farinha dos nossos grandes poetas: uma toada de «Oh!»s à Álvaro de Campos, um tópico de Tómas Ribeiro, acentos helénicos de Mário Cláudio, umas hortinhas de Lisboa, a lembrar as Geórgicas, a graça e simplicidade de Petrarca conjugadas com a destreza de Vasco Graça Moura, a dupla Qijote e Sancho (fundo e forma, como a prenunciar a Gestalt) de Cervantes, alguns utopemas, de Andersen e filosofemas de Kierkegaard, um tom de escrita à D.francisco Manuel de Melo (que até deixa descair um «a meu pensar»), até mesmo a aura de um Alfredo Santos que se julgava «poeta fadado».Diluiu depois num leite de metonímias onde palavras há que ressumam de conotações (como a aliterada «nubial nudez»), títulos de obras de Mário Claúdio que são outros tópicos de estilo, montezumas que flanam pelas ruas das cidades da antiga América espanhola, até o sarcasmo à actual superabundância de poesia.Juntou-lhe igual peso de outras tantas sinestesias, como as «noites coleantes» e uma oração da tarde que «sabe a roxo», etodo um calidoscópio de sensações ( auditivas, aromáticas, visuais) com sons de alaúde, aromas de de laranjeiras e uma aliterada «aflora» que« enflora»,mas em que predomina o visual , como em «cravos de vinha verde[…]/hidrângeas de sorrisos e canções,/ glicínias de oiro ao peito das donzelas», «rosas a abrirem-se em folclore e dança» e «festões de estrelas».
Outros
Badanas
Bibliografia do autor.
Contra capa
Excerto do prefácio e fotos variadas.
Excertos
FESTAS DE VIANA
«Jardim da Europa à beira-mar plantado» /-Disse Tomás Ribeiro no seu poema./«Le Pays du Soleil»-é a frase, o lema/Da doce França a olhar para este lado.
País de um sol que não se faz rogado/E de um Mar que deixou de ser problema,/Ao Norte é Viana um folclórico emblema,/Um bouquet multicor, raro igualado:
Cravos de vinho verde em borbotões,/Hidrângeas de sorrisos e canções,/Glicínias de oiro ao peito das donzelas;
Rosas a abrirem-se em folclore e danças/Nas noites da Agonia coleantes,mansas/Juncando as almas de festões de estrelas.
DÍPTICO POÉTICO DO NILO-I
O «Sherazade», lento, empaza o nilo e avança/De Luxor a Assuão, Abril,noite redonda./A Lua cheia esboça um sorriso de criança;/Melhor, de juventude a lembrar a Gioconda.
Antes de recolher às cabines do sono,/O plenílúnio é distração na água a banhos./As palmeiras das margens curvam-se em abono/Da majestade antiga de faraós tamanhos.
No deserto, à direita, sob o areal adusto,/Há câmaras reais ajoujadas de séculos,/Quando o Nilo era um deus que refrescava o busto/De Rá, povoando as margens ambas de tubérculos.
O«Sherazade»vai singrando em marcha calma,/Sulcando a História que nos prende e encanta a alma.
O TONE LUÍS
O Tone Luís de Milhões/Na cabeça tinha argueiro./Mas boa disposição/E excelente coração,/Isso nele estava inteiro.
Músico sem instrumentos/Mas timbres sempre em demanda:/Requinta, flauta,trombone,/Pratos,bombo,viola,o Tone/Valia por uma banda.
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