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Silêncios de Cristal

APRESENTAÇÃO GLOBAL

A obra é iniciada com duas dedicatórias, uma ao marido e filha da autora, outra a toda a família e amigos, com menção especial aos pais e irmãs.
Segue-se um prefácio, da autoria da poetisa vianense Virgínia Manuela Ramos. Segundo esta poetisa, Silêncios de Cristal comporta um conjunto de poemas em que a palavra provém da mais pura inspiração, inspiração esta movida pela força do Amor e das experiências de vida.
O corpo da obra propriamente dito engloba quarenta e sete textos poéticos em verso, separados por sete pensamentos, alguns da autoria de Paula Rolo e outros de Nikos Kazantzatis, Gottfried Berron e Hsi K’ang.
Antes do epílogo, em prosa, da autoria de Paula Rolo, surgem as duas primeiras quadras do soneto de Florbela Espanca “Até agora eu não me conhecia”.
Ilustram a obra cinco desenhos da autoria de Susana Rolo, irmã da autora.

LINHAS TEMÁTICAS

Perpassam Silêncios de Cristal essencialmente duas linhas temáticas que, por vezes, se entrecruzam:

§ A Busca/A Procura de algo
§ O Amor

A Busca/A Procura de algo

Logo no poema de abertura, e depois disseminados ao longo da obra, o leitor depara-se com a busca da essência das palavras que se encontra no local mais profundo da criação poética. É só descendo até esse local, onde, entre o silêncio, se encontra a palavra certa, que a poetisa é capaz de exprimir o seu pensamento, o seu eu (poemas “Silêncio”, “Antítese”, “Escrevendo”, “Dizer o indizível”).
Ao longo da obra, esta busca inicial expande-se e passa a englobar o próprio eu (“Majestosa”, “Um vazio”, “Reconheci-me” “Onde estou”, “Desilusão”, “Constante procura”) e as contradições nele existentes (“Contradições”), a vida e a razão de viver (“Sentido para existir”, “Minha vida”, “Desespero”, “Cíclico”), a verdade/realidade (“Medo”). Caminhando em direcção à totalidade, surge-nos a procura/busca do amor puro e verdadeiro, que a autora espera encontrar algures (“Chorando”, “Para onde vais coração”, “Meu Sol”, “Horizontes”, “Espero por ti”), da plenitude, do infinito, do inalcançável (“Sonho”, “Selvagem, domesticado” “Eternidade”, “Uma ponte”, “Coração aberto”) da compreensão (“Um olhar”), das origens do universo, da vida, dos sentimentos que avassalam o ser (“Segredo”), do destino e da finalidade da vida (“Destino”, “Aurora”), de um lugar – o lugar ideal, o único onde a plenitude se concretizará (“Um lugar”).
Por vezes, esse desejo de busca e de atingir a plenitude surge entrecortado por momentos de medo, de pessimismo, de desilusão (“Incertezas”), logo anulados pela presença da esperança em algo melhor, trazido por um futuro ainda incógnito (“Esperança”, “Anjo da Guarda”) ou por outros em que a capacidade da poetisa para vencer todas as adversidades parece dominar (“Fogo”).
Se ao longo de Silêncios de Cristal Paula Rolo, na sua busca, vagueia por múltiplos espaços, desde o espaço sideral infinito até outro também infinito e que se encontra no cerne do seu ser, termina desistindo de procurar tudo aquilo por que luta: a palavra, a vida, o amor… A poetisa sente-se abandonada, só, sem destino, sem algo que a mova a continuar (“Sem Sul, sem Norte”).

O Amor

A linha temática do amor, que se entrecruza com a precedente e como que a tempera, engloba poemas dedicados à filha e à mãe (“Minha filha…” “Mãos perfeitas”), ao valor da amizade e do amor (“Um abraço”), à força protectora e redentora do amor (“Verbo amar”, “Alma Gémea”). Ainda nesta linha temática se pode enquadrar um poema que surge dedicado à época do ano em que os mais belos sentimentos predominam: o Natal (“Natal!”)

A escrita como espelho do sujeito poético

Há ainda outros textos poéticos em que a escrita nos aparece como o espelho do eu (“Sou eu”) ou como identificação com o momento que se vive (“Um momento”).

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Data de Edição:

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972-95660-8-9

Prefácio

Silêncios de Cristal, transporta-nos a brisa suave do amanhecer e com ele o misterioso toque do tilintar cristalino das palavras provindas da Fonte iluminada da Alma.
E é contactando e conhecendo internamente este que tomamos consciência de tudo o que na vida é realmente importante e significativo – O AMOR!
É por acreditar na força do Amor que a autora escreve. Na busca desse poder renovador e transformador dá-se o encontro com a Poesia.
Encontramo-nos no Mundo das palavras onde as paisagens são de sonho, inspiradoras de sentimentos profundos. É partilhando das suas experiências que o ser humano vê preenchidos os espaços vazios da existência, encontrando razões para continuar a amar.
Silêncios de Cristal abre-se para nós como um mágico mundo onde a esperança se vestiu de Poetisa para nos receber. Essa figura feminina que nos abre o coração de par em par, vai-nos assinalando o caminho através dos jardins adornados por palavras floridas, cuja fragrância deixa em nós a origem da sua essência.
Aqui,… “os SILÊNCIOS … SÃO DE CRISTAL.”

BEM-VINDOS

Virgínia Manuela Ramos

Outros

Contra capa

“Palavras ao vento
Com carinho
Eu vou escrevendo
O que o meu coração
Vai ditando…
Tendo a esperança
De que tu as ouves
Na brisa que te vai dizendo
Para escutares
O vento soprando”

Excertos

DEDICATÓRIAS

Para o meu marido e minha filha,
Preciosos cristais na minha vida,
Todos os meus silêncios,
Todas as minhas palavras.

Aos meus pais, irmãs, amigos
E à família maravilhosa que
O destino me reservou.

PENSAMENTOS

I
Procuremos somente a beleza,
Pois a vida é um punhado infantil
De areia ressequida…
Um som de água ou de bronze
E uma sombra que passa…

II

A alma humana é uma chama,
Um pássaro de fogo,
Que salta, de ramo em ramo,
Gritando:
Não posso permanecer imóvel,
Tenho que arder!
Nikos Kazantzakis

III

Havia em mim um muro alto,
Espesso, medonho…
Até que um dia decidi amar…
E então, como por encanto,
O muro deixou o sol entrar.

IV

Vivo aqui e agora…
Algures…,
Não importa onde ou em que tempo,
Ou até mesmo se sou criança…,
Homem ou mulher.
Gottfried Berron

V

Surge inesperadamente
Pode tocar o sol
Ou as aves durante o voo.
Deambula por caminhos e atalhos.
Como é lindo quando acontece o amor!
Hsi K’ang

VI

Não é decerto razoável afirmar
Que temos a vida toda para viver.
O tempo é todo feito no presente,
Amanhã podemos querê-lo e já não o ter.

VII

Há na música do tempo
Um som distante,
Suave, angélico, divino…,
Que diz, pausadamente,
No silêncio…,
Onde está a vida,
A verdade
E o caminho…

ANTÍTESE

Simbolicamente
Amando sem amar…
Dizer-te sem dizer
Falando sem falar.
Eu quero, sem querer
Pensando…
Eu sonho com poesia
Vivendo…
O que eu quero é viver
Sentindo…
Continuar a escrever
Sonhando!

CONSTANTE PROCURA

No eco da saudade
Me procuro
Porque me sinto perdida,
Incompleta.
Neste vazio que me engole…
Sinto estar de passagem
Evoluindo para avançar.
Estou aqui.
Procurando-me
Nesta viagem eterna
Que parece não terminar.
Porquê este sentimento
De que estou fragmentada?
Aumentando a ansiedade
De me encontrar…
De me sentir completa
E realizada…

CONTRADIÇÕES

Sinto o que não sinto
Sem saber o que sentir
Digo e ao dizer
Falo verdade a mentir…

Faço o que não faço
Sem saber o que fazer
Penso sem pensar
Sem vida no meu viver…

Sofro e ao sofrer
O princípio se torna o fim
Encontro-me quando me perco
No labirinto dentro de mim…

SENTIDO PARA EXISTIR

Existem estradas que eu queria correr,
Muros que queria saltar ou mesmo derrubar,
Nuvens e estrelas que eu queria subir!…
Alcançar apenas este sentido
Desta vida e existência.
Compreender mais que não seja…
A minha própria vivência!…
Querer amarrar tudo o que foge
Controlar por inteiro a situação
Querer por desespero fazer algo
Que possa estabilizar meu coração.

MEDO

Vivo entre rumores não ouvidos
Que me sacodem nesta incerteza.
Caminho e corro… fico parada,
Sou pedra de uma floresta.

É o medo… atormenta-me…, perde-me
Neste sentimento que enalteço.
Pois este amor que em mim mora
É total, supremo e sem preço!

Quero fugir, e quero ficar
Até o próprio medo enfrentarei,
Quero responder e perguntar
Afirmando que nunca desistirei.

CHORANDO

Chorando dentro de mim
Uma lágrima secou,
Numa alma que fugiu
Num coração que parou…

Perdida num sentimento
Que me faz sentir ninguém
Ansiando por atenção
Esperando por alguém…
Porque me sufoca esta lágrima
Que teima em não aparecer
Vive em meu olhos e me queima
Não me deixando esquecer…

UMA PONTE

Na linha do horizonte
Como uma aliança
Como uma ponte
Minha alma
Paira no ar…
Sendo planície
No meio do monte
Querendo unir
Querendo abraçar
Estou eu
Entre a terra e o mar.

UM OLHAR

Perdi-me na imensidão
De um mundo que desconheço
De um olhar que tanto diz
Que me fala sem palavras
E de o ouvir enlouqueço…
Esforço-me para analisar,
Para conseguir compreender
O alfabeto do teu olhar,
O que nele queres mostrar
E aquilo que eu quero ver…

SEGREDO

Sentimentos que me preenchem
Mistérios por desvendar
Estrelas que me confiam
Um segredo para não contar.

Guardo um pedacinho de céu
E um raio de sol para me aquecer
Entrego-me ao luar da noite
Lua-de-mel com o entardecer…

Em sintonia com os astros
Deixo a minha alma vaguear
Encontrando a sua origem
Não deixando de caminhar…

DESTINO

Gota de água
Que vais caindo
Para onde vais
Para onde caminhas?
Melancólica viagem
Grande procura.
Gota de água
Que vais caindo
O que te falta
Para onde pingas?
Gota de água
Que vais caindo
Procuras o oceano
Sempre a chorar.
Mágica gota
O que precisas
Para cresceres
Para seres mar?…

UM LUGAR

Existe algures um lugar
Onde sonho e fantasia,
De mãos dadas em harmonia
São segredos para guardar.
Aconchegando o encanto
Da ternura dos sentidos,
No limbo da nostalgia
Nas asas da utopia,
Há palavras para criar.
Há sonhos e fantasia
Que moram no mesmo lugar.

INCERTEZAS

Quando paro a pensar
Sinto uma certeza incerta
Que não me deixa acreditar
Nesta vida desperta.

Sinto meu coração sufocar
Não sabendo para onde ir
Na melancólica procura
De um caminho para seguir…

Tenho medo de voar
Medo até do próprio medo
Mas viajo neste pensar
E envolvida neste enredo!…

ESPERANÇA

Sinto a esperança… insaciável.
Esperança de partilhar o futuro;
Futuro que me ofereça
Um leve arco-íris colorido
Deixando-me fascinada
E adormecida no irreal…
Embalada por uma canção
Viajo perdida nos raios do sonho…
E caminho confiante
Esperando o renascer de um novo sol…

FOGO

Fogo frio
Moras em mim;
Como tens tanto poder?
Fogo frio que não aqueces;
O que tens para dizer?
Frio fogo
Que não gelas
Nunca te deixarei vencer!

SEM SUL, SEM NORTE

Como rio apressado
Partiste; Nada disseste.
Morrendo de tanta saudade
Meu coração não respira.
Como barco descontrolado
Sem bússola na minha vida.
Parada sem Sul sem Norte
No jogo da minha sorte
Desististe.
Nas margens estou, perdida.

MÃOS PERFEITAS

Mãos que me acarinham
Que me mimam
Sempre prontas
Para me acolher…
Mãos que me amparam
Que me embalam
Com seu jeito
Me ajudam a crescer…
Sempre presentes
Mãos tão perfeitas
Com tanto amor…
São as mãos de minha mãe
Que me dão colo,
Que me protegem
Tanto do frio como do calor.

UM ABRAÇO

Que serenidade
Que aconchego,
Encontro no teu abraço
Na tua amizade.
Repousando em teu perfume
Neste preciosos sossego
Que doce sensibilidade.
Abraças-me como uma flor
E com teu jeito e calor
Sou jardim da felicidade.

ALMA GÉMEA

Sem gestos
Sem palavras
Nenhuma atitude
Para decifrar…
Num momento de magia
Alma gémea em sintonia
Compreendo-te
Apenas no olhar…

NATAL

Espera-se… e ele chega!
Paira no ar a alegria e a ansiedade
Doces, prendas, presépio… Natal!
Tocam os sinos e há gente à porta.
Telefones que tocam, cartas que chegam.
A mesa… essa tem de ser aumentada!
Os corações pulam e esperam
Aqueles que tanto amam.
Estão longe e tão perto ao mesmo tempo!
Rezam por uma boa viagem,
Pedem ao menino que nasce… e agradecem
Por deixar “nascer” mais um encontro,
Por tornar possível
Mais um abraço que dará força…
Aquela certeza e força
Para esperar outro Natal!

SOU EU

Querer escrever
É dar-me em cada linha.
Em cada palavra
Um pouco de mim deixo ficar…
Entrego-me em cada frase
E em cada frase renasce
O mistério de me dar…
Como posso sentir tanto
E ao mesmo tempo, tão pouco
Ficando sempre o encanto
Dando vida às minhas palavras
Onde eu sempre vou estar.

UM MOMENTO

A beleza misteriosa
Do pôr-do-sol
Encanta-me.
Oferece-me a viagem
A um conto de fadas;
Sinto-me leve…
Tão leve que me identifico
Com o próprio ar.
Só existe este momento
Pois todo o momento
É mágico quando se ama;
Só existe o agora
Que será eterno
Até terminar…

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