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Tempo Escolar

O livro contém dez contos, dactilografados: A cunha, As sapatilhas, Generosidade, Justiça, A revolta, Os palhaços, A briga, Quem teria razão?, Tabaco especial e Vocação.

Em todos, o referente é o quotidiano de uma qualquer comunidade escolar: a cunha, a preocupação pelas questões sociais ( a miséria social/a pobreza), pelo uso e abuso do tabaco, pelos copianços, etc.

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Conheça o autor

"Geraldo Viegas de Oliveira Tavares nasceu em 17 de Fevereiro de 1928, em Cardigos, concelho de Mação, Santarém. Fez a licenciatura em Filologia Românica, iniciando então a sua carreira de professor. Após alguma itinerância por diversos liceus do país, veio, em 1963, leccionar, como professor agregado, no Liceu Nacional de Viana do Castelo; efectivo, no ano seguinte, fixou residência nesta cidade. Muitos foram os alunos que o tiveram como professor e puderam conhecer a sua forma de ser singular - amigo, sensível e generoso, apaixonado e arrebatado, muitas vezes inconformado. Em Viana, viveu e trabalhou, até à sua aposentação, em Agosto de 1995. Aqui, começou a produzir e a publicar a sua obra, em Edições de Autor. Os seus títulos vão da poesia ao conto, da novela ao drama. A obra reflecte a sensibilidade do Autor e o seu olhar sobre a vida e a sociedade, assumindo muitas vezes um olhar enternecido, outras, crítico mordaz. Depois da aposentação partiu de regresso à sua região natal onde veio a falecer."
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Excertos

A Cunha

O contínuo desfazia-se em, vénias e em sorrisos:
– Pois é, sr. dr. …: Vai fazer exame com o sr. dr.. É o número 198. Se o sr. dr. Pudesse dar uma ajudinha…
– Boa vontade não me falta. Mas o que é que poderei fazer se ele andar muito mal?
– Se ele reprova é uma diferença! O sr. dr. sabe … É casado e já tem cinco filhos.. Só lhe falta filosofia e se passar fica a ganhar mais um conto por mês. E o sr. dr. Sabe … Como a vida está…
– Ó homem, tudo isso está muito certo, mas eu é que também não posso ir assim prometer que o passo!
– Ora! Não é para seguir! Que diferença faz ao sr. dr.  Dar um oito ou um dez! E depois sempre é uma ajuda para o pobre homem. Sempre é mais um conto! E cinco filhos…

(…)

– Eu farei o que puder. Mas se andar muito mal não terei outro remédio senão…

(…)

O que acontecia quase sempre é que ia examinar sem se lembrar das recomendações.

(…) No caso presente, porém, ele sabia que não se ia esquecer. Era o 198.

(…) Mas a justiça? Como poderia ele dar assim uma nota por motivos sentimentais?

         Entrou na sala de exames inquieto e nervoso. Logo viu o 198, o tal José Martins: era mais velho que os outros  e estava sentado à frente. Pareceu-lhe que ele o olhou com esperança. Pobre homem! E uma meio-senhora que estava entre a assistência, sorriu-lhe. Devia ser a mulher. Ingénuas pessoas que se fiavam na protecção de um  servente … Mas mal eles sabiam que havia razão para esperar. (…)

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