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Tens visto o Antão? Contos pícaros e outros não

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Conheça o autor

"António Manuel Couto Viana nasceu em Viana do Castelo a 24 de Janeiro de 1923, filho de um ilustre minhoto e de uma asturiana, e morreu em Lisboa a 8 de Junho de 2010. Poeta, dramaturgo, contista, ensaísta, memorialista, tradutor, gastrólogo e autor de livros para crianças, foi também empresário teatral, director artístico, encenador e actor. Publicou meia centena de livrops de poesia e cerca de oitenta títulos de outros géneros literários. Dirigiu e encenou durante três décadas mais de duzentos espectáculos de teatro infanto-juvenil, de teatro para adultos, de ópera e opereta. Obteve, tanto pela sua obra poética e literária como pela actividade artística, numerosos prémios. Dirigiu, com David Mourão-Ferreira e Luís de Macedo, as folhas de poesia de Távola Redonda (1950/1954) e foi director da revista de cultura Graal (1956/1957). Participou em alguns filmes portugueses e estrangeiros, em dezenas de peças para a televisão e teve vários programas culturais na RTP e na Rádio. De 1986 a 1988, viveu em Macau, onde exerceu funções docentes no Instituto Cultural. Fez parte, até à sua morte, da Comissão de Leitura para a Educação e Bolsas, da Fundação Calouste Gulbenkian. A sua poesia está traduzida em espanhol, inglês, francês, alemão, russo e chinês."
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(Autor)

Data de Edição:

Local de Edição:

ISBN

978-972-564-921-3

Prefácio

Breve história de um livro de contos póstumo

Numa longa entrevista biobibliográfica que António Manuel Couto Viana concedeu antes de morrer, a certo passo relata as incursões que com a irmã fazia ao escritório-biblioteca do Padrinho, nas casas do avô, onde «folheávamos os luxuosos exemplares de Gil Blas de Santillana, uma encantadora e volumosa Vida das Flores e, às furtadelas, a colecção do picante Pimpão, ilustrado com velhos barrigudos em ceroulas e vaso de noite na mão, senhoras de nádegas e seios anchos, com calçotes rendados e camisa, abraçadas a alferes de acerados bigodes encerados (…)»

E porque será que Couto Viana refere especialmente os quatros volumes de Gil Blas, se tantos livros havia naquelas casas? Sem dúvida, por ser Gil natural de Oviedo, tal como a mãe do escritor, D. Maria Romana, e por terem ambos deixado a cidade muito jovens, ele aos 17, para Salamanca e depois para França, e ela menininha, para a quinta da Meadela, em Viana, onde viveu até casar. Esem dúvida também porque a mãe, quando ele caiu doente, consumia noites a contar-lhe aventuras desse lendário asturiano que, em França, com o picante da ironia e a sagacidade dos ardis, se fez amigo d`El-Rei e secretário do primeiro-ministro. Tal como, para lhe minorar as dores e o adormecer, lhe declamava versos do Só de António Nobre, fazendo dele «pra sempre, doente de Poesia!».

….

A carreira literária de Couto Viana iniciou-se no teatro, escrevendo peças infanto-juvenis. Os primeiros contos aconteceram-lhe a seguir, quase ao mesmo tempo dos primeiros versos e dos desenhos humorísticos que vendia semanalmente para um jornal da Invicta, O PRIMEIRO DE JANEIRO. Filiado que era da Mocidade Portuguesa, encaminhou para o Jornal da MP os dois primeiros contos. O director, Baltazar Rebelo de Sousa, nessa altura ainda a estudar medicina, respondeu-lhe na volta do correio, a felicitá-lo e a pedir mais. O Comissário Nacional da MP, Marcelo Caetano, algum tempo depois, numa deslocação ao Norte, não só corroborou o interesse das publicações como o convidou para a sua mesa.

(…)

E começou sem tradança a organizar novo volume, recuperando coisas antigas. Foi aí que a morte o surpreendeu . O título indicativo para o livro em preparação parecia do agrado de todos. Quando o Editor sugeriu que se publicassem os contos inéditos até agora encontrados no espólio, decidimos, ouvida a Família, que o último seria o título adequado. Reuniram-se assim quinze histórias que não chocam entre si, que pertencem ao mesmo universo já estruturado em livros anteriores, onde a morte e a vida tratam as pessoas por tu,sem distinção, e onde o burlesco, muita vez, apaga com uma lágrima a emoção.Ou vice-versa.

Desde a Guida, a sempre pronta, ao bicudo caso do Deodato, passando pelo strip da coleante cunhada viúva do irmão mais novo do Dr. Floriano Bata Curta; do medo do Quim pela sujidade do mar ou do amor impossível que o aristocrata Carlos Medina alimenta pela tísica Misse Jeny até ao militar impotente que cede a noiva ao amigo estéril; do grito estridente da saia bormelha ao ferrete de ser filho de pai incógnito-são farrapos de alma que a esperança acorrenta aos personagens, num estilo escorrido e ático. Onde, o Natal? é o único texto já publicado num jornal. Os demais, da dadivosa Mariana do Rego ao velho do Regresso ou ao lúbrico Tens visto o Antão? , outras tantas são as páginas arrancadas ao inesperado, por vezes com violência, em que se entrelaçam fantasia e realidade. Enquanto isso, os velhos da cidadezinha, que na verdade é este sítio onde todos nos cruzamos, lembrarão sempre coisas passadas, deixando, para os mais novos, o inalienável direito ao sonho que alimenta a vida.

Ricardo de Saavedra

Outros

Badanas

Fotografia e biografia do autor.
Publicações de QUETZAL série língua comum.

Contra capa

Reuniram-se quinze histórias que não chocam entre si, que pertencem ao mesmos universo já estruturado em livros anteriores, onde a morte e a vida tratam as pessoas por tu, sem distinção, e onde o burlesco, muita vez, apaga com uma lágrima a emoção. Ou vice-versa.

Desde a Guida, a sempre pronta, ao bicudo caso do Deodato, passando pelo strip da coleante cunhada viúva do irmão mais novo do Dr.Floriano Bata Curta; do medo do Quim pela sujidade do mar ou do amor impossível que o aristocrata Carlos Medina alimenta pela tísica Misse Jeny até ao militar impotente que cede a noiva ao amigo estéril; do grito estridente da saia bormelha ao ferrete de ser filho de pai incógnito- são farrapos de alma que a esperança acorrenta aos personagens, num estilo escorrido e ático.

Onde, o Natal? é o único texto já publicado num jornal. Os demais, da dadivosa Mariano do Rego ao velho do Regresso ou ao lúbrico Tens visto o Antão? ,outras tantas são as páginas arrancadas ao inesperado, por vezes com violência, em que se entralaçam fantasia e realidade. Enquanto isso, os velhos da cidadezinha, que na verdade é este sítio onde todos nos cruzamos, lembrarão sempre coisas passadas, deixando, para os mais novos, o inalienável direito ao sonho que alimenta a vida.

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