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ISBN | 972-9397-36-8 |
O Zezinho Cigano
Ao longo de 15 capítulos, O Zezinho Cigano aborda problemas que afectam a juventude (problemas sociais dos meninos da rua, trabalho infantil, droga, roubo,sida…) e suscita a reflexão de quem o lê, no sentido de contribuir para uma maior consciencialização, passo primordial para que esses problemas sejam melhor tratados e para que as condicionantes que estão na sua génese sejam encaradas não como fatalidades necessárias mas como produto dum certo tipo de sociedade.
Conheça o autor
Trovas do Lima
Como o título sugere, esta obra é um hino ao rio Lima, à zona ribeirinha,às suas gentes e suas festas, num total de 23 poemas, acompanhados de imagens elucidativas da paisagem limiana.
Sargaço
SARGAÇO, após a apresentação feita pelo autor e uma dedicatória, oferece-nos um conjunto de 43 poemas abordando temas muito diversos.
Crónicas
Colectânea de artigos de carácter regionalista, publicados na imprensa regional, entre os anos 2000 e 2002.
Estes artigos acompanham a evolução da região e, sobretudo, da cidade de Viana, sendo uma espécie de história daquilo que se passou, em termos de desenvolvimento ou retrocesso.
Neles, além de crítica, encontram-se sugestões e registo de factos.
Bica Aberta
A obra é constituída por um prefácio do autor e por um total de 70 textos , publicados, entre os anos 1993 e 1999, na imprensa local (Aurora do Lima, Falcão do Minho, Notícias de Viana, O Vianense, Favo de Mel, Paróquia Nova e Foz do Lima) que abordam quer temáticas regionais quer nacionais.
Prefácio
A escrita tem uma função social.
Ojornalista, no diário onde quotidianamente escreve, deve analisar, ao pormenor, os eventos da sociedade e ajudar o cidadão comum a formar uma opinião crítica, sobre os acontecimentos do dia a dia.
O romancista, no meu entender, sem prejuízo da actividade criativa e de ficção, tem obrigação de fazer passear os protagonistas da sua obra literária, pelos acontecimentos sociais mais marcantes da época, para melhor os perceber e dar a conhecer, em toda a sua transcendência.
Outros
Badanas
Caricatura, biografia e bibliografia do autor.
Excertos
“O Zezinho nunca foi “menino”.Era filho da profissão da mãe e do “desenrascanço” do pai. (Cap. I)
(…)
“Se a meninice do Ciganito não foi famosa, pior vai ser a sua adolescência. Apesar do bom aproveitamento que fez dos estudos, na escola primária onde, mercê da sua inteligência, brilhou, o Ciganito, com o decorrer dos anos, por falta de condições e de motivação pessoal, vai retroceder em hábitos adquiridos e em comportamento social.(…)
A educação que a mãe, apesar de pobre, lhe havia dado, sumiu-se, dando lugar a um comportamento grosseiro, antipático e desrespeitoso.” (Cap. II)
“Nesta nova fase da sua vida de desempregado, enquanto a mãe trabalhava, o Ciganito ficava sozinho em casa, sem estímulo nem interesse para qualquer actividade.
Como consequência de toda esta solidão, surgiu a possibilidade da fuga do lar, sem a mãe dar conta, e a natural entrega às más companhias.
Foi um desvio da rota de bem proceder, que a professora tanto lhe havia recomendado na escola e que a mãe lhe ensinara em casa.” (Cap.VI)
Livros relacionados
O Breve Reino dos Vivos
Este livro – ou uma grande parte dos capítulos – esteve presente a um concurso literário organizado pelo Sindicato dos Bancários do Centro. Arrecadou o primeiro prémio do Júri constituído por profissionais das letras e docentes da Universidade de Coimbra.
Tendo a guerra colonial como pano de fundo, a narrativa evolui em experiências plenas de ansiedade, medo e conquista de uma sobrevivência pautada sempre pelos gestos mínimos da manutenção da integridade física e mental, numa selva natural e humana onde se reproduzem os sentidos e a amargura de povos em luta sangrenta. A reflexão dos espaços físico e ande parte dos seus interior de cada homem preso nas teias de um conflito sempre estranho, fazem deste livro uma longa caminhada pelos valores da vida e a iminência constante de os perder. Pode considerar-se um romance pungente e doloroso.
Ermida
A personagem principal desta narrativa – Edmundo – convida-nos a percorrer os caminhos sinuosos do real e do imaginário em busca de uma verdade superior. Nesta viagem ao mundo interior, esta personagem, insatisfeita por natureza, confia-nos algumas das suas inquietações filosóficas e põe a nu as incongruências da sociedade em que vive, desde a justiça à política. Como todo o ser humano, revela-se ele próprio como um homem de paixões, desejos e sonhos.
Janus
Dado o número de atributos que lhe eram conferidos, Janus foi considerado um dos deuses mais proeminentes do panteão romano. Era o deus das partidas e das chegadas, do dentro e do fora, do início e do fim, do passado e do futuro… Segundo a mitologia, governou no Lácio num período de grandes desenvolvimentos científicos, facto pelo qual passou também a simbolizar a mudança entre a vida primitiva e a civilização, entre o obscurantismo e a ciência. Em razão desta dualidade de facetas, os romanos representavam-no com duas faces, cada uma olhando em direcções opostas. JANUS é também o título desta ficção e o nome atribuído pelo autor ao programa de astrologia, acessível através da rede, que será o elemento desencadeador de toda a intriga. Tal como o deus romano, o programa JANUS tem duas faces. Se por um lado representa “o poder de computação dos modernos processadores informáticos” ao serviço dos interesses humanos, por outro revela-se como algo de obscuro, enigmático que só será desvendado como o decorrer da acção. Este é, aliás, o objecto central de toda a narrativa: duas personagens que procuram perigosamente descobrir o que se esconde por detrás desta tecnologia. Os temas abordados, violação de privacidade, manipulação de dados através da informática, são bem actuais e cada vez mais do interesse do homem moderno. Na verdade, embora o autor, logo nas notas iniciais, faça questão de advertir o leitor que as personagens do romance são fictícias e que qualquer semelhança que possa existir com a realidade é pura coincidência, pela rápida evolução dos meios tecnológicos e da informática, os acontecimentos relatados poderiam bem ser reais. Sem recorrer a termos demasiado técnicos, como seria de prever num romance deste tipo, o autor, através de uma linguagem muito acessível, duma estrutura narrativa excelente e de uma enredo envolvido de suspense, consegue cativar o leitor de princípio a fim.
Em Verdade Vos Digo
Em Verdade Vos Digo inicia-se com um texto introdutório, num tom irónico e, como tal, provocador, referindo-se a Maria Madalena, escolhida “para servir de presencial testemunha da ressurreição do seu filho, Yashua de Nazaré…” Por quê uma mulher? Eis a pergunta que o atento leitor poderá começar por lançar!
Segue-se outro texto, a modo de dedicatória, não menos enigmático, mas assertivo, referindo-se a Bartimeu, o cego de Jericó.
O corpo do romance é composto por duzentas e oitenta e uma páginas, aconchegadas em trinta e um deliciosos e cativantes capítulos que nos conduzem por trilhos traçados entre uma “realidade histórico-bíblica” e a realidade ficcional (entre a História – o sagrado ou bíblico – e as estórias). É esta teia que, constantemente, se cruza e intercruza, que nos estonteia e nos fascina, que nos atropela e interpela e surpreende em cada página.
“No céu nem uma nuvem…só uma ave descreve uma lenta órbita…” Que ave misteriosa é esta que nos perturba enquanto leitores e às próprias personagens e que angustiará a vida de Heródes Antipas, tornando as suas noites gélidas e trespassadas por uma fragilidade surpreendente, após ter mandado cortar a cabeça a João Baptista, a pedido de Salomé. Um grupo de “doutores” parte em busca do original caminho para Emaús. Eis quando, inexplicavelmente, somem, na acepção da palavra” dois dos doutos “doutores”, ambos invadidos por um mesmo sonho que só mais tarde ousam comungar. Está gerada a confusão e a chama que alimentará todo o romance. Duas personagens são sucadas por uma espécie de “máquina do tempo” Há uma fusão de espaços e tempos e há uma série de quadros bíblicos, em junção com o fantástico imaginário, que afloram junto dos olhos do leitor, são as visagens por Jerusalém e pelos Lugares Santos, numa analepse de 2000 mil anos: João Baptista, o homem do deserto; o baptizado daquele a quem João Baptista diz: “- Senhor, sou eu quem devia ir até ti, e és tu que vens até mim?!…”; a “pesca” dos discípulos; as Bodas de Canaã; o episódio do Templo por Yeshua, aquando da expulsão dos vendedores; o encontro com Nicodemos; o episódio do poço de Jacob, o episódio do funcionário real de Canaã, prisão de João, o episódio da sinagoga, o “milagre” da expulsão de espíritos e da cura de paralíticos e cegos… Os nossos olhos passeiam outros tantos santos quadros… Yeshua está prestes a cometer uma grande blasfémia… os escribas e fariseus estão atentos… os “guardiões do Templo”… O cerco aperta-se:”- Judas, Judas, em verdade te digo que há muitas maneiras de imolar uma vítima e tu me entregas com um beijo porque, também, chegou a consumação da tua hora.”… Consoma-se o fim de Yeshua no madeiro… Surge a ressurreição… a morte dá lugar à vida. O Filho do Homem vence a morte, dando um novo rumo ao destino do ser humano. “… rodopia um vórtice de luz, de sombra… sabe que chegou , só não sabe onde chegou, a única certeza é que Yeshua lhe fez companhia na jornada de Jerusalém a Emaús e, também, o esperará no fim do caminho, quando o seu caminho acabar.” Desvanece-se a analepse de 2000 anos, tudo volta ao presente: “No céu nem uma nuvem, é uma superfície lisa, impenetrável, só uma ave descreve uma lenta órbita… Os dois “doutores” que desapareceram misteriosamente regressaram…
Eis um livro fascinante que nos embala em analepses e prolepses, personificações, comparações, adjectivações, aliterações, metáforas, hipálages…
Não é um “Evangelho Segundo Jesus Cristo” a maneira Saramagueana, não é um Nobel da Literatura… mas é, com certeza, um bom escritor alto-minhoto.
O Outro Domínio do Demónio
“Talvez o homem tenha cometido o verdadeiro pecado mortal quando retalhou a primeira rã e, com ela, fez a primeira experiência”…
A frase, dita por uma das personagens, remete-nos para uma realidade que, de tão comum, passa despercebida: as desviantes aplicações dos avassaladores avanços tecnológicos. Com as ferramentas ao dispor, não há fim que não se possa atingir. E se a ciência engendrou a cisão do átomo, clonou a matriz da vida e fabrica “armas” biológicas, porque não poderá desenvolver uma “pílula” para formatar sociedades? É desta terrível possibilidade que trata este romance.
E se, a uma empresa farmacêutica, chegasse uma enorme e tentadora encomenda de uma específica droga para tornar estéreis os casais de um país demasiado populoso? E se toda a máquina dos laboratórios trabalhasse para satisfazer o pedido dos governantes a braços com as insolúveis realidades da fome e da miséria extremas de milhões de criaturas? E se, repentinamente, o medicamento apresentasse terríveis efeitos secundários? E se a máquina dos ocultos interesses quisesse abafar a realidade calando o alarme das vozes incómodas?
Num mundo sufocado por dificuldades, a hipótese de poder acontecer não é possibilidade desprezível. No passado houve outras eugénicas tentativas. E o homem sempre cairá na tentação de utilizar os meios que tem à sua disposição para resolver os problemas presentes menosprezando danos futuros.
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