Lisboa

Ermida

A personagem principal desta narrativa – Edmundo – convida-nos a percorrer os caminhos sinuosos do real e do imaginário em busca de uma verdade superior. Nesta viagem ao mundo interior, esta personagem, insatisfeita por natureza, confia-nos algumas das suas inquietações filosóficas e põe a nu as incongruências da sociedade em que vive, desde a justiça à política. Como todo o ser humano, revela-se ele próprio como um homem de paixões, desejos e sonhos.

O Senhor de Si

Numa das últimas páginas deste livro podemos aceder à “tábua do poemas”, um índice com os títulos dos 21 poemas, que foram escritos no período compreendido entre os finais de 1990 (Outubro) e inícios de 1991 (Abril).

Na leitura dos títulos é perceptível a carga pessoal e intimista dos poemas, denotando-se um possível percurso de crescimento pessoal, marcado pela presença e memórias das suas origens.

Mas seguindo a curiosidade provocada pela leitura inicial da “Tábua de Versos” mergulha-se no texto poético do autor, que neste livro tem uma marca claramente autobiográfica:

*   A irmã Adelaide Couto Viana a quem é dedicada a obra,…

*   as memórias do seu nascimento na casa que “oscilou como um barco no mar/…/ E, entre as rezas e ais, comecei a chorar. (p.7),

*   as memórias da infância,…

*   … as gotas de sangue, que marcam o desaparecimento de familiares… a primeira quando tinha cinco anos (Avô),… um amigo do Liceu (Trancredo, p.14)

Poemas da Emigração

Nesta obra se encontram reunidos poemas de quatro livros anteriormente publicados pelo autor:”Sentimentos da Ausência”, “Poemas da Imigração”, “Na Cidade Estrangeira” e “Emigrar na Primavera”, poemas pensados es escritos fora do seu país.

Profundamente marcados pela saudade do seu país, neles o sujeito poético faz desfilar refrências a uma vida em terras longínquas “Quem resiste”, aos lugares “Um Vale de Ausências”, tradições “Noites de Natal” e “Páscoa” e gentes da sua terra “Camões” e “Descem a fronteira em Agosto”.

Pelo meio das “saudosas árvores”, das “fontes”,das “folhas”, dos “ventos”, somos confrontados com uma dor psicológica, com um sentimento de ausência que dá as mãos à saudade.

A cidade que o acolheu no seu exílio também não é esquecida como se pode sentir em “Na Cidade Estrangeira” e “Ode à Cidade”.