"Francisco José Carneiro Fernandes nasceu em Santa Maria Maior, Viana do Castelo, aos 22 de Maio de 1953. Frequentou o Instituto Comercial do Porto nos primórdios de 70, tendo exercido a sua actividade profissional, durante 18 anos, nos serviços administrativos dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo. Licenciado em Geografia pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto, exerce a actividade docente na “Ancorensis Cooperativa de Ensino” – EB3 e Secundária de Vila Praia de Âncora, desde 1991. É coordenador da “Revista Letras de Âncora”. Participante em “Espaços de Poesia”, sendo colaborador incondicional nos saraus da Escola e freguesias do Vale do Âncora, incluindo a Feira do Livro. Colabora na Imprensa Regional desde a década de 70 (jornais “A Aurora do Lima”, “O Vianense” e outros). Integra, nos seus auspícios, os corpos gerentes da “Academia de Música de Viana”; secretário, nas décadas subsequentes, da “Associação de Jornalistas e Homens de Letras do Alto Minho”, “Coral Polifónico”, “Centro de Estudos Regionais”. Estudioso do Património artístico e arquitectónico, e da Geografia Urbana, tem dinamizado visitas guiadas e participado em eventos culturais. Muitos dos seus trabalhos, versando o Património e também a poética das palavras, estão dispersos por revistas e cadernos culturais, tais como: “Roda do Leme”, “Roteiro de Viana” (Roteiro Monumental e Artístico de Viana do Castelo, em separata, 1988), “Cadernos Vianenses” (seis títulos, de 1979 a 1983, tomos II a VII), “Letras de Âncora”, “Cidade Nova”, “A Falar de Viana”. Co-autor de Postais, pedras e percursos de Viana antiga e de Viana: Cidade e Circunstância, obras editadas pelo Grupo Desportivo e Cultural dos Trabalhadores dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, em 1994 e 1997. É autor das seguintes Obras impressas em livro: Viana Monumental e Artística – Espaço Urbano e Património, V. do Castelo, GDCT dos ENVC, 1ª e 2ª ed., 1990; Geografia e Memórias da Baixa Vianense – Comércio, Serviços e Património, V. do Castelo, C.E.R., 1995; Tesouros de Viana – Roteiro Monumental e Artístico, GDCT dos ENVC, 1999; O Azulejo – Alto Minho e Baixo Minho Litoral, C.E.R., 2000; Viagens (Poesias), V. P. de Âncora, Ancorensis - Cooperativa de Ensino, 2000; Olhares (Poesias), id., id., 2002; O Meu Disco de Vinil (Poesias), id., id., 2004."
São variados e ricos os temas abordados por Francisco Carneiro Fernandes na sua obra Viagens. Um dos poemas iniciais – “Ser poeta” – debruça-se sobre a importância e magnanimidade do ofício do poeta (não é casual que muitos dos seus poemas sejam dedicados a alguns dos maiores vultos da poesia portuguesa, tais como Augusto Gil, António Nobre, Mário de Sá-Carneiro, Alexandre O’Neill, Ary dos Santos, Fernando Pessoa e Cesário Verde). O título Viagens remete para uma nomadização que serve, afinal, de pretexto para uma reflexão ontológica sobre o eu no mundo e na vida (“Viagem”, “Janelas”), assumindo contornos de intervenção activa num contexto de justiça social (“Rotas da Vida”). Assiste-se, inúmeras vezes, ao estabelecimento de uma antinomia passado / presente (“Olhares”, “Nostalgia”), bem como à referência à passagem célere do tempo, à condição efémera do ser humano (“Relógio”). São também marcadas as datas comemorativas importantes tanto para o percurso individual como para o trajecto gregário do sujeito poético: “Dia do Pai”, “Páscoa”, “Balada de Natal”, “Carnaval”, “25 de Abril”. Em “Cidade”, o espaço-cidade é convocado como lugar de euforia sonhada / disforia concretizada. No entanto, são vários, aliás, os espaços urbanos que se desenham afectivamente nestas páginas: “Porto”, “Melgaço”, “Vila Praia de Âncora”, “Ponte de Lima”. São também convocados macro (“Portugal”) e micro-espaços (“Café”), encerrando-se o livro com a meticulosa mimese da obra de arte cesariana “Sentimento de um ocidental”: “O sentimento de um vianense”. Emerge também desta poesia de convicções a defesa de valores humanos intemporais altruistas e construtivos: “Liberdade”, “Amizade”, Humildade”, “Lei da Vida”.
Neste livro de poemas, ilustrado com belíssimas fotografias, ilustrativas de espaços que muito dizem aos vianenses, o autor partilha connosco as suas vivências desses mesmos espaços.
Tomando como ponto de partida Viana e os seus lugares, Na Poética dos Lugares leva o leitor a viajar, quer pelos seus arredores ( Ponte de Lima, Areosa, Carreço, Afife, Vila Praia de Âncora, Caminha) quer a deslocar-se até lugares mais distantes (Galiza, Porto Revisitado, Coimbra) quer a mergulhar na essência de ser português (Bandeira de Portugal, Clarabóias do meu País) ou na Imensidão Profunda do Mar.
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