Porto

Burguês Anti-Burguês

(…) Burguês Anti-Burguês denuncia os interesses criados e instalados que abafam e apagam na consciência a realização íntima e profunda do eu, da vida e até do amor. Impedindo a auto-realização, fazem do homem uma máscara de futilidade e ilusão caindo-se no inautêntico e no fora de si, na exterioridade do mim. Surge aqui a linha mestra de quase toda a obra, a luta entre o espírito e a matéria. (…)

A vida, e por consequência a obra, é uma superação. Poesia do frágil derruir de tudo, do declínio da ilusão “Cumpre o teu dever que é envelhecer” e de algum desprendimento em que o tempo surge como crepúsculo total na sua fugacidade que apaga e destrói o efémero e o sonho, igualando os humanos na morte. A morte como o grande horizonte ou aurora da vida é também um tema central na obra de Geraldo Aresta.(…)

Mas, se a presente obra brota da intimidade, é de nóms que ela se ocupa e, por isso, nos abala. Porque nos arranca a máscara e vai directa às nossas fraquezas. (…)

in Prefácio de “Burgês Anti-Burguês”
( excertos)

Danças Portuguesas

Depois de uma nota introdutória do autor sobre as várias danças populares portuguesas, seguem-se 18 capítulos dedicados às várias regiões portugesas e suas danças. Destaque muito especial para o Alto Minho que ocupa quatro dos dezoito capítulos, distribuído por Gondarém, Covas, S.Lourenço da Montaria, Carreço e Santa Marta de Portuzelo.

Ilustrado com fotografias das diferentes danças das várias regiões, o livro apresenta, a par da versão portuguesa, uma tradução para francês e para inglês.

Do Lento Apetecer o Tempo

Os textos que compõem a obra aparecem numa linha estrutural de continuidade,a que a ausência de título confere maior coesão.

Poesia densa, onde o Autor joga com a palavra, desinserindo-a dos seus contextos mais habituais, libertando-a para outras leituras possíveis, mais arrojadas (cf. ex. p.36).

A estrutura frásica aparece desconstruída, o mesmo acontecendo com a organização estrófica (cf. ex. p.20).