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Obra Poética de A. de Almeida Fernandes

Poesia de carácter evangélico,de grande moralismo, incide numa crítica vigorosa à desordem dos costumes.

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972-97195-2-7

Prefácio

A. de Almeida Fernandes é um dos mais importantes – tão importante quanto esquecido – historiadores portugueses. Dotado duma sólida formação intelectual, enveredou pelo curso de Engenharia Geográfica, que acabou por abandonar. Tendo obtido diploma do curso de geografia da Universidade do Porto, leccionou no Liceu Nacional de Viana do Castelo (Escola Secundária de Santa Maria Maior).


Renovou em grande parte os nossos conhecimentos acerca da nobreza fundadora da Nacionalidade. Radicado em Viana do Castelo, deve-se-lhe também o estudo das origens de Viana, de Ponte de Lima, e bem assim estudos fundamentais sobre o Paroquial Suevo e a presúria  de Paio Bermúdez.


A. de Almeida Fernandes deve à sua dupla formação – teológica e geo-matemática – sem dúvida, a grande versatilidade do seu espírito. Tocava órgão excelentemente e dedicou-se mesmo à composição, sendo da sua autoria o hino das comemorações do VIII centenário da batalha de S.Mamede. A investigação histórica levou-o, como a Herculano, a acrescentar aos seus estudos a reconstituição de cenas, vivências e cor local. A. De Almeida Fernandes escreveu, por isso, dois romances históricos.

Outros

Badanas

A. de Almeida Fernandes é mais conhecido como historiador, ramo científico em que nos deixou aquisições fundamentais: o papel da toponímia como fonte histórica, a origem das paróquias, a nobreza da fundação de Portugal, e a história originária de localidades como Lamego e Britiande, Ponte do Lima e Viana do Castelo. No campo das monografias locais merece destaque a Meadela histórica. A ele se deve também um notável esforço pela publicação da documentação medieval que muito bem conhecia.

Intelectual versátil e pessoa de grande cultura, cultivou com êxito a ficção literária e até a música.

Homem profundamente crente, colaborou com a paróquia, em cujo jornal escreveu a história da freguesia e deixou estes sonetos, que é de toda a justiça serem publicados em livro.

Excertos

QUEM DE NÓS CUIDA? “Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou há-de aborrecer a um e amar o outro, ou a um sofrerá mas desprezará o outro” (S. Mat. VI 24-33) Quem pretende servir de Deus a estrada, mas enche a vida toda do cuidado com o que veste e come, vive errado: dissipa a sua vida em poeirada… Tem dois senhores na vida hipotecada, com o risco de ser Deus o desprezado: há muitos que O não querem ter ao lado, – pois só uma vida larga lhes agrada… Mas por quem é um lírio formoseado e um simples passarinho sustentado – em relação ao homem sendo eles nada? Ter no comer o ideal “saboreado”, e só na veste ver-se “modelado”… não é cuidado:é vida descuidada!

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