2000

Arquitectura Religiosa do Alto Minho II – Século XVIII ao Século XX

Abarcando, segundo o título, dois séculos da história da arte religiosa no Alto Minho, porém quedando-se fundamentalmente no século XVIII e primeira metade do XIX, (embora com algumas incursões ainda pelos finais da era seiscentista) este segundo volume sobre a arquitectura religiosa da região já mencionada é prefaciado por José da Silva Lima, director, no ano de publicação, da Escola Superior de Teologia e Ciências Humanas de Viana do Castelo. O mesmo Dr. Silva Lima fará, no final do livro, uma conclusão, em que, num discurso laudatório da pessoa e da obra do Padre Dr. Lourenço Alves, apela a todo o leitor, sobretudo ao altominhoto, para que preserve, valorize e transforme em locais pedagógicos a riqueza patrimonial de que o Alto MInho foi sendo dotado ao longo de tantos séculos e de tantas gerações.

Por seu turno, Lourenço Alves pensou e apresentou a obra dividida em duas partes, a primeira a8que o autor denomina “Introdução” totalmente composta por conceitos e informações sobre os dois estilos que preenchem as mais de trezentas páginas: o Barroco e o Neoclássico; a segunda (“Igrejas e Capelas – Descrição”), contendo uma descrição pormenorizada de noventa e uma igrejas, santuários, ermidas e capelas dos concelhos de Arcos, Caminha, Melgaço, Monção, Paredes do Coura, Ponte da Barca, Ponte de Lima, Valença e Viana do Castelo.

Sobre o estilo barroco (I parte), especificamente, o autor incide em aspectos como a semântica da palavra, a origem e evolução do estilo e as principais características que apresenta. Seguidamente, faz um historial da difusão do estilo barroco em Portugal, para se deter, ainda que sinteticamente, no barroco altominhoto, dando ênfase ao papel dos emigrantes brasileiros, das irmandades e das confrarias. A incursão no barroco termina com uma abordagem, ainda que ligeira, dos principais exemplares da arquitectura barroca em Viana do Castelo, enfatizando o trabalho da autoria de dois engenheiros: Miguel de L’École e Manuel Pinto de Vilalobos.

A II Parte contempla a descrição pormenorizada de aspectos de natureza etimológica, histórica e artística das igrejas, santuários, ermidas e capelas barrocas e neoclássicas altominhotas. Lourenço Alves optou por organizar esta parte em nove capítulos, correspondendo cada um a um dos nove concelhos mencionados. A ordenação de cada concelho é feita por ordem alfabética, não estando os espécimes de arquitectura religiosa (santuários, igrejas, capelas e ermidas) englobados em cada um, sujeitos a qualquer ordem específica.

Assim, no concelho de Arcos de Valdevez, são referenciados (as):
Igreja de Cabreiro; Igreja de Carralcova; Igreja de Cendufe; Igreja do Extremo; Igreja de Eiras; Igreja da Gavieira; Santuário da Peneda; Capela de S. Bento do Cando (Gavieira); Igreja de Gondoriz; Igreja de Grade; Igreja de Paçô; Igreja de Santa Cristina de Padreiro; Igreja de Prozelo; Igreja de Rio Cabrão; Igreja de Rio Tinto; Igreja do Vale.

No concelho de Caminha:
Igreja de Âncora (Santa Maria); Capela de Santa Luzia; Igreja de Arga de Cima; Capela de Santo Antão; Igreja de Arga de Baixo; Igreja de S. João de Arga; Igreja de Argela; Igreja de Cristelo; Igreja de Dem; Capela da Senhora da Serra; Igreja de Gondar; Igreja de Lanhelas; Igreja de Moledo; Capela da Senhora de ao Pé da Cruz; Capela de Santo Isidoro; Igreja de Orbacém; Ermida de São Martinho de Couraçadas; Igreja de Riba de Âncora; Capela da Senhora de Guadalupe; Igreja de S. Pedro de Seixas; Capela de S. Bento de Seixas; Igreja de Vila Praia de Âncora; Capela da Senhora da Bonança; e Igreja de Vile.

No concelho de Melgaço:
Igreja de Cristóval; Igreja da Gave; Igreja de São Paio de Paderne; Igreja de Prado; Igreja de Paços; Igreja de Rouças.

No concelho de Monção:
Igreja de Badim; Igreja de Bela; Igreja de Cambeses; Capela de Nossa Senhora dos Milagres; Igreja de Ceivães; Igreja de Mazedo; Igreja de Podame; Igreja de Riba de Mouro; Igreja de Segude; Igreja de Tangil; Igreja de Troviscoso; Igreja de Trute; e Igreja de Valadares.

No concelho de Paredes de Coura:
Igreja de Bico; Igreja de Ferreira; Igreja de Padornelo; Capela do “Ecce Homo”; Igreja de Romarigães; e Igreja de Vascões.

No concelho de Ponte da Barca:
Igreja de Entre-os-Rios; e Igreja de Oleiros.

No concelho de Ponte de Lima:
Igreja de Beiral de Lima; Santuário da Senhora da Boa Morte (Correlhã); Igreja de Brandara; Igreja de Cabaços; Igreja de Fontão; Igreja da Labruja; Santuário do Senhor do Socorro (Labruja); Igreja de Vilar das Almas; e Igreja de Poiares.

No concelho de Valença:
Igreja de Boivão; Igreja de Cerdal; Igreja de Fontoura; Igreja de Condomil; Igreja de Santa Maria da Silva; e Igreja de São Pedro da Torres.

No concelho de Viana do Castelo:
Igreja de Alvarães; Capela do Senhor do Bonfim (Carreço); Igreja de Vila Nova de Anha; Igreja do Carmo; Igreja de Nossa Senhora de Fátima; Igreja da Montaria; Igreja de Mujães; Igreja de São Martinho de Outeiro; e Igreja de Serreleis.

O livro encontra-se profusamente ilustrado, apresentando pelo menos uma foto, a preto e branco ou a cores, de quase todos os espécimes tratados.

Pero do Campo Tourinho – Entre o Sucesso e a Desgraça

A obra, constituída por duzentas e cinco páginas e abundantemente ilustrada (incluindo o fac-simile de parte do processo contra Pero do Campo Tourinho), divide-se em duas partes. A primeira compreende o estudo propriamente dito da vida de Pero do Campo Tourinho. A segunda é um arquivo documental sobre o vianês a quem António Matos Reis dedica o estudo.
Ao longo da leitura dos diferentes pontos da primeira parte, são fornecidas ao leitor informações como:
– As origens vianesas de Pero do Campo Tourinho;
– A organização da capitania de Porto Seguro;
– O desenvolvimento da referida capitania;
– Dificuldades e problemas que Pero do Campo Tourinho teve de enfrentar enquanto capitão donatário de Porto Seguro;
– O processo contra o Capitão Donatário;
– O juízo final sobre o processo instaurado a Pero do Campo Tourinho.

Como documentos, o autor achou por bem apesentar os seguintes:
– Carta de Doação da Capitania de Porto Seguro;
– Foral da Capitania de Porto Seguro;
– Carta de Pero do Campo Tourinho a D. João III;
– Processo contra Pero do Campo Tourinho.

A Verdadeira História da Elevação de Viana à Categoria da Cidade

António Matos Reis apresenta-nos as verdadeiras razões que estão na base da elevação da vila de Viana à categoria de cidade: “a excelente situação geográfica,o desenvolvimento urbano, o progresso económico, o movimento portuário” e “a importância estratégica” da vila.
O autor refere ainda que, contrarariamente ao que se possa pensar, o patriotismo e a fidelidade dos habitantes de Viana à coroa portuguesa, tanto após a invasão francesa como em favor da Carta Constitucional ou ainda em 1834, embora aspectos importantes e que tiveram a sua quota parte de importância na decisão régia, não foram, contudo, as causas determinantes da decisão.
No “Apêndice documental” são transcritos alguns documentos relacionados com a elevação da vila de Viana à categoria de cidade:
– Sessão da Câmara de 23 de Agosto de 1845;
– Carta enviada à rainha pela Câmara Municipal de Viana;
– Informação do Governo Civil de Viana;
– Informação da Procuradoria Geral do Reino;
– Nota avulsa;
– Decreto que não chegou aser promulgado;
– Nota avulsa (II);
– Decreto de D. Maria II;
– Carta do Conselheiro de Estado Extraordinário ao Governador Civil;
– Carta do Governador Civil À Câmara Municipal de Viana;
– Carta do Governador Civil ao Ministro Secretário de Estado dos Negócios do Reino;
– Carta do Governador Civil ao Administrador do Concelho;
– Carta do Administrador do Concelho à Câmara Municipal;
– Extracto da sessão da Câmara de 29 de Janeiro de 1848;
– Extracto da sessão extraordinária da Câmara de 6 de Fevereiro de 1848;
– Pedido de informação;
– Agradecimento dos vianenses (inclui resposta da rínha);
– Carta enviada à Câmara de Viana pelos membros da deputação acima referida.

Bica Aberta

A obra é constituída por um prefácio do autor e por um total de 70 textos , publicados, entre os anos 1993 e 1999, na imprensa local (Aurora do Lima, Falcão do Minho, Notícias de Viana, O Vianense, Favo de Mel, Paróquia Nova e Foz do Lima) que abordam quer temáticas regionais quer nacionais.