António Matos Reis

Pero do Campo Tourinho – Entre o Sucesso e a Desgraça

A obra, constituída por duzentas e cinco páginas e abundantemente ilustrada (incluindo o fac-simile de parte do processo contra Pero do Campo Tourinho), divide-se em duas partes. A primeira compreende o estudo propriamente dito da vida de Pero do Campo Tourinho. A segunda é um arquivo documental sobre o vianês a quem António Matos Reis dedica o estudo.
Ao longo da leitura dos diferentes pontos da primeira parte, são fornecidas ao leitor informações como:
– As origens vianesas de Pero do Campo Tourinho;
– A organização da capitania de Porto Seguro;
– O desenvolvimento da referida capitania;
– Dificuldades e problemas que Pero do Campo Tourinho teve de enfrentar enquanto capitão donatário de Porto Seguro;
– O processo contra o Capitão Donatário;
– O juízo final sobre o processo instaurado a Pero do Campo Tourinho.

Como documentos, o autor achou por bem apesentar os seguintes:
– Carta de Doação da Capitania de Porto Seguro;
– Foral da Capitania de Porto Seguro;
– Carta de Pero do Campo Tourinho a D. João III;
– Processo contra Pero do Campo Tourinho.

O Mosteiro de Vitorino das Donas do século XI ao Século XV

Nesta separata de outra obra que não aprece identificada, o autor aborda, em quatro capítulos, numa conclusão e num apêndice documental, o historial do Mosteiro de Vitorino das Donas desde o século XI ao século XV. No primeiro capítulo, dividido em três partes, são referidos a origem do mosteiro e o motivo da sua designação: Vitorino (região onde se localizava) das Donas (pelo facto de ser um mosteiro de monjas); a sua evolução de 1207 a 1383 e desta data até 1495. O autor detem-se preferencialmente em factos de natureza económica, como são os bens patrimoniais do mosteiro e todas as diligências feitas por algumas das suas superioras a fim de clarificarem e legalizarem os bens que tutelavam. Tal assunto continua a ser desenvolvido no capítulo seguinte, agora com outros pormenores, nomeadamente com a elencagem de bens, tendo por base documentos da época: as “Inquirições”, o “Catálogo de todas as igrejas, comendas e mosteiros que havia nos Reinos de Portugal e Algarves”, a “carta testemunhável de sentença” de 17 de Dezembro de 1375, o “tombo” de 1383 e a sua actualização de 1482. O capítulo terceiro menciona sobretudo os vários lugares por onde se distribuiam as propriedades do mosteiro (Pessegueiro, Barbosas, Sob as Devesas, Tresmoinhos, Varziela, So Ameal, Veiga de Barco, Esteiros, Pegas, Porto da Oitava, Seixo, Arco e Veiga aquém do Rego da Fonte) e o tipo de bem possuído em cada casal: leira, pedaço, chouso, pardieiro ou vessada. Há também referência às confrontações entre casais e outras terras do mosteiro, aos rendeiros e aos possuidores de terras em Vitorino das Donas com herdades a confrontar com as do mosteiro, no ano de 1383, assim como a uma aparente desorganização do sistema de exploração dos bens patrimoniais do mosteiro. O capítulo quarto oferece uma visão da evolução do património fundiáro do mosteiro desde os inícos do século XIII aos finais do século XV (de 1220 a 1486).Foca-se, no capítulo, a aquisição do património ao longo dos séculos mencionados, bem como as perdas e acréscimos.
Na conclusão, Matos Reis salienta, uma vez mais, as origens obscuras do mosteiro, pois até à data ainda não foram descobertos documentos que possam clarificar as características internas da colectividade nos seus primórdios. Segue-se uma síntese dos aspectos que foram mencionados ao longo do tratamento do assunto dominante na obra: as dificuldades por que o mosteiro passou, dado estar mais sujeito às interferências de outras pessoas e autoridades do que se fosse pertença de uma ordem religiosa masculina; o modesto e fragmentado património (maioritariamente agrupado em casais) de que era possuidor e a sua expansão económica, ainda que não muito saliente, verificada em meados do século XV, fruto esta, entre outros factores, da humildade, da simpatia e da capacidade de adaptação das religiosas às circunstâncias socias e económicas em que eram obrigadas a viver.
As páginas finais da separata são preenchidas, como se fez referência, por um apêndice documental, dividido em três partes. No apêndice 1, aparece a listagem das propriedades do mosteiro de Vitorino das Donas segundo o tombo de 1383, tresladado e actualizado em 1482. O apêndice dois é a transcrição da actualização, em 17 de Abril de 1482, do “tombo” de 1383. O apêndice três contém três ilustrações da “Pública forma do tombo de 1383 (1ª, 5ª e 10ª folha- verso).

Lopes – Uma Família de Artistas em Portugal e na Galiza

A obra é uma separata, desta feita da “Revista de Guimarães”, número XCVI, datada de 1986. Após a introdução, o autor detém-se sobretudo em cinco elementos de uma família de artistas – os Lopes – durante os séculos XVI e XVII (mestres canteiros que trabalharam sobretudo o granito): João Lopes-o-Velho, João Lopes-o-Moço, Gonçalo Lopes, Mateus Lopes, João Lopes de Amorim e Pedro Afonso. Faz-se ainda menção a outros membros da família; no entanto, estes não alcançaram a notoriedade dos anteriores: Bastião Afonso; Manuel e Baltasar Lopes.

Sobre cada mestre canteiro são fornecidos alguns dados biográficos e profissionais, com relevância para as obras em que colaboraram e para aquelas cujo traçado é de sua autoria.

O estudo possui ainda uma conclusão, um mapa em que se encontram assinaladas as localidades onde os mestres Lopes deixaram obra, a bibliografia consultada e quinze imagens de obras que patenteiam o cunho dos mesmos.

Itinerário de Braga a Roma

Publicação de trinta e seis páginas, na qual é apresentada, logo após a introdução, a tradução do original latino do itinerário percorrido por D. Frei Bartolomeu dos Mártires, aquando da sua participação na última fase do Concílio de Trento, com base no Diário escrito pelo referido bispo: viagem de Braga a Trento; viagem de Trento a Roma e de Roma a Trento; e viagem de regresso a Portugal. Entremeando a tradução, surgem algumas páginas com a cópia do original latino.

Na Introdução, são relatados dados sobre a data de divulgação da realização da última fase do Concílio de Trento; a resposta positiva de Frei Bartolomeu à convocatória do Sumo Pontífice; a data de saída de Braga e a comitiva que acompanhava o prelado português; o modo como este ocupou o tempo que passou em Itália até à abertura do Concílio; data de regresso; anotações que D. Frei Bartolomeu foi registando ao longo da viagem; a importância que é atribuída ao Diário do prelado pelos seus biógrafos; o texto que António Matos Reis utiliza para a tradução do itinerário da viagem.

Todo o restante texto é, como já se salientou, a tradução do texto do itinerário seguido por D. Frei Bartolomeu dos Mártires desde que sai da sua sede episcopal, até que a ela regressa. Cada uma das três etapas de que o Diário nos dá notícia inicia-se com a designação de “Jornada”, seguida de um número, por ordem sequencial, principiando no primeiro algarismo (1) e terminando, no caso da viagem entre Braga e Roma, na Jornada quarenta e nove; no caso da viagem de Roma a Trento e de Trento a Roma, na que seria a jornada doze o autor prefere a designação de “último dia”) para prosseguir novamente com a “Jornada 1”, até à dezasseis; já na viagem de regresso a Portugal, D. Frei Bartolomeu elenca um total de sessenta e quatro jornadas. Após a atribuição de um número de ordem à jornada, segue-se a data em que tal ocorreu, por vezes com menção do dia da semana e localidades por onde passou. Em certos casos, o autor não se queda pela simples enumeração dos locais de passagem, acabando por registar mais algumas informações sobre os mesmos (distância a que se encontra de uma localidade de maior importância, terras circunvizinhas, acidentes geográficos próximos, refeição tomada) ou, como acontece noutros casos, indica monumentos, factos e personalidades ilustres associadas à localidade, bem como usos e costumes locais e outras informações de cariz religioso.

Na última página da publicação pode ver-se um mapa legendado, contendo todo o itinerário percorrido pelo arcebispo de Braga.

Fundação de Viana – O Foral de D. Afonso III

Nesta obra constituída por cinco capítulos, o autor começa, no capítulo I, por situar, no momento histórico, a concessão do foral a Viana por D. AfonsO III – 1258.
No capítulo II, intitulado “A génese do foral,o autor recua ao ano de 1130, ano de outorgação do foral a Numão, considerando ser esse o documento que viria a ser expandido, com as necessárias adendas e alterações, aos vários concelhos do Alto Minho,nomeadamente ao de Viana, que viria a ser conhecido em duas versões: a primeira, de 18 de Junho de 1258, e a segunda ,de 1261, a versão definitiva, não se podendo, contudo, afirmar que o verdadeiro é o de 1258 e não o de 1261, ou o inverso.Os documentos são autênticos e ambas as versões são verdadeiras, correspondendo a importantes momentos da história de Viana.
“A organização do município segundo o foral de Viana” foi o título escolhido para o Capítulo 3.Neste capítulo, o autor, depois de definir o alcance do foral, explicita a organização, a hierarquia social, as receitas e a administração da justiça no município.
Segue-se um “Apêndice documental”, capítulo 4, constituído numa parteI por transcrições do original B do foral (versão de 1258), pela”Carta de foro concilii de Vian in foce Limie”, documento em latim, e pela sua TRADUÇÃO;a parte II integra um documento assinado pelo cronista Fernão Lopes e que é a resposta “A requerimento do concelho de Viana, favoravelmente despachado por El-Rei D.Duarte, Fernão Lopes passa uma pública forma do foral de Viana, assim como do alvará, de 13 de Maio de 1316, em que D.Dinis reduz a renda a pagar anualmente pelo município.”
O capítulo 5 “VOCABULÁRIO” explicita o sentido de termos utilizados nos vários capítulos.
A obra termina com REPRODUÇÕES FOTOGRÁFICAS do foral de Viana de 1258 e de 1262.